O futebol de clubes voltou depois da paragem internacional e do fecho do mercado. Voltou em grande, num fim de semana em alta rotação por essa Europa fora. Bastaria o dérbi de Manchester para fazer desta uma ronda a recordar, mas houve muito mais.

Pep, inegociável

Comecemos por Inglaterra, pois. O reencontro de José Mourinho com Pep Guardiola teve tudo o que seria de esperar. Grande atmosfera em Old Trafford, com os dois treinadores a começarem por dar o tom, deixando para trás tensões antigas. Em campo, o City mais forte forte, o United a tentar reagir, mas no fim a vitória de uma equipa com as ideias do seu treinador. Assentes no mantra de sempre: ter a bola é inegociável, como disse Guardiola no final do dérbi.

No fim das contas o City isolou-se na frente da Premier League, quatro jogos e quatro vitórias, depois de o Chelsea ter passado por apertos na visita ao Swansea. Foi esta bicicleta de Diego Costa a dez minutos do fim que evitou a derrota.

A ronda de Premier League voltou de resto a confrontar o campeão Leicester com a dura realidade: derrota pesada frente ao Liverpool, 4-1, e apenas quatro pontos ao fim de quatro jornadas, a vida como ela é depois do sonho da época passada. Entre os candidatos, o Arsenal voltou a sofrer, perante o Southampton de Cédric e Fonte, mas arrancou uma vitória no fim. E o Tottenham subiu ao quarto lugar em estilo, com uma goleada ao Stoke que teve Harry Kane a estrear-se a marcar, mas num jogo em que a estrela foi outra: o sul-coreano Heung Min-Son, que esteve para deixar White Hart Lane no defeso mas marcou dois golos no jogo em que Pochettino lhe deu um lugar no onze.

Deyverson no escândalo do Camp Nou e o regresso de CR

Em Espanha houve escândalo no Camp Nou. O Alavés foi vencer o Barcelona, com um avançado bem conhecido do futebol português como protagonista. Deyverson, que foi do Benfica e do Belenenses, marcou o primeiro golo do Alavés e esteve no segundo, aquele que confirmou a derrota do Barça.

Está sozinho na frente o Real Madrid, que despachou o Osasuna com uma goleada, 5-2, no regresso de Cristiano Ronaldo. Primeiro jogo da época e ao fim de seis minutos CR já tinha feito golo. Parece fácil, não é? Deu até para marcar Pepe e Cristiano sair mais cedo, ao fim de 66 minutos, antes de os merengues receberem o Sporting para Champions.

Na ronda que assinalou ainda a primeira vitória da época para o At. Madrid e o regresso em grande de Griezmann, com dois golos, mais um balde de água fria para o Valencia. Com Cancelo e Nani no onze, esteve a perder por dois golos, pelo meio perdeu Enzo Perez, que foi capitão e viu vermelho, ainda conseguiu empatar, com golos de Rodrigo e Garay. Mas sofreu o 3-2 em cima do apito e fecha a ronda como começou: zero pontos em três jornadas.

Super Mario, outra vez ele e a dobrar

E não é que Super Mario voltou? Pelo menos por esta noite. Acabadinho de chegar ao Nice (assinou no fecho do mercado, rescindindo em definitivo com o Liverpool), marcou logo aos sete minutos na estreia. Concentradíssimo, sem se deixar distrair por Gomis, que bem tentou.

Não ficou por aí, ainda marcou mais um aos 73 minutos, antes de Cyprien confirmar a vitória sobre o Marselha que deixa o Nice no segundo lugar da Ligue 1, em igualdade com o Monaco de Leonardo Jardim e da armada portuguesa, a aproveitar mais um deslize do PSG.

Totti, 23 anos de golos do Imperador

Francesco Totti, eterno. A duas semanas de completar 40 anos, saiu do banco ao intervalo, quando a Roma perdia com a Sampdoria, fez o passe para o golo da igualdade, apontado por Dzeko e, já nos descontos, foi ele e converter o penálti que deu a vitória à Roma. 25 época na Serie A, igualou o recorde de Maldini, 23 anos seguidos a marcar golos no campeonato italiano. Lenda.

A Roma celebra, enquanto a Juventus já segue sozinha na frente da Serie A, embalada por um bis de Higuaín, numa ronda marcada ainda pela estreia de João Mário no Inter: internacional português que deixou o Sporting no fim do mercado foi titular na vitória sobre o Pescara.

Old Firm, Dembelé figura no regresso

E para quem não reparou, este foi também o fim de semana em que voltou o duelo clássico do campeonato escocês, pela primeira vez em mais de quatro anos, pela primeira vez desde a queda do Glasgow Rangers. Foi uma vitória tranquila do Celtic, um jogo perfeito com uma vitória por 5-1 e um hat-trick de Moussa Dembelé. O ambiente, esse, foi intenso e tenso, com sempre.