Foram dias em que o que podia ter decorrido mal, decorreu.

A Gilberto Madaíl, tudo lhe sucedeu nos últimos tempos, como se finalmente os astros tivessem percebido do que se trata.

Primeiro mais uma deprimente assembleia geral da Federação Portuguesa de Futebol, em que o resultado final parece suportável para UEFA e FIFA, mas no fundo¿torna tudo ainda mais complicado.

Depois a demissão do Governo, o que é sempre factor de stress. Mais a perda do lugar na UEFA e por fim a decisão favorável a Carlos Queiroz.

Esta sucessão apenas tornou mais evidente algo que, do meu ponto de vista, é claro há anos: Gilberto Madaíl não tem condições paar o lugar. Já escrevi sobre o tema vezes de mais para perder tempo.

Dito isto, o facto de Gilberto Madaíl ser um lamentável presidente da FPF não faz de repente de Carlos Queiroz um mártir. Pelo contrário. Tudo o que o treinador disse nos últimos dias explica, se fosse necessário, exactamente por que não podia ser seleccionador nacional.

Queiroz está no pleno direito de se defender. Pena que o faça num tom insuportável, recorrendo a uma violência verbal desajustada que só surpreende os que não o conhecendo ainda se deixam iludir por anos de elogios sem sentido.

Queiroz é aquilo. Esteve na selecção tempo de mais. Chega.

O facto de Queiroz empregar linguagem imprópria e ter uma visão muito particular (só não digo única por que sei que há pelo menos mais um ou duas pessoas com semelhante cabeça) da sua dupla passagem pela FPF não iliba Pepe. O defesa central do Real Madrid deveria ter tido a grandeza de passar ao lado do discurso de Queiroz. Para seu bem e sobretudo para o bem da selecção, afinal o que mais interessa.

Como seria de esperar, Paulo Bento fez a gestão correcta do tema. E posso estar enganado ou até conseguiu evitar que Amândio Carvalho e outros voltassem ao tema numa altura em que a equipa se encontra em estágio. Chama-se a isto saber estar e defender o que realmente importa.