Pela forma como se gere, atualmente, o mercado mundial de futebolistas, a extensão de contrato de Rui Patrício está longe de significar a permanência no Sporting. Mas para bem do clube e, em larga medida, dele próprio, era bom que significasse.

Aposta firme de Paulo Bento quando era ainda muito novo, Patrício percorreu todas as etapas do crescimento firme de um guarda-redes, incluindo as que implicam períodos menos bons e golos sofridos de forma inglória. Em suma: deu os seus frangos pelo caminho e precisou de alguns anos para se afirmar junto dos adeptos do clube. A sequência lógica foi o lugar na seleção nacional.

Palmilhada esta estrada, Rui Patrício pode entrar na história do Sporting como - finalmente! - um verdadeiro sucessor de Vítor Damas, provavelmente a maior e mais consensual glória leonina.

Claro que uma aposta pessoal desse tipo deixará o guarda-redes com menos dinheiro na conta do que aquele que ainda pode vir a ganhar numa eventual transferência. Mas nem tudo são cifrões na vida, e assim como assim Patrício não terá sido contratualmente maltratado com esta renovação.

Foi ele próprio quem o disse: "Espero ajudar os mais jovens, os que agora estão na nossa academia, a perceberem que o Sporting não é um meio para chegar a outro lado. É antes o topo. Com o meu exemplo, que entendam que é possível chegar ao plantel principal, jogar na seleção e ser feliz no campeonato português."

Se não se tratar de conversa fiada (e nada na conduta de Patrício leva a pressupor que seja) está aqui uma mensagem há muito esquecida pelos jovens em Alvalade e Alcochete, como se sabe.

Se esta renovação foi um casamento para a vida, o titular da seleção nacional pode ficar certo da fidelidade eterna dos adeptos do Sporting. Eles saberão perdoar-lhe, sempre, os frangos que ainda terá de dar, como grande guarda-redes que é.

*Editor TVI

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