Os sócios do Gil Vicente reunidos em assembleia-geral na quinta-feira à noite aprovaram o orçamento para 2016/17, de quase 3,9 milhões de euros, feito a pensar na inclusão do clube na I Liga de futebol.

«Como o Tribunal Administrativo de Lisboa decidiu a nosso favor e a Federação Portuguesa de Futebol acatou a decisão e intimou a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) para repor o Gil Vicente na I Liga já esta época, a Direção entendeu que o orçamento deveria ser de Liga», afirmou António Fiúsa, no discurso a que a Lusa teve acesso.

O presidente apelou aos pouco mais de 50 associados presentes para continuarem confiantes, uma vez que o Tribunal deu razão ao clube no denominado 'caso Mateus'. "O Gil Vicente venceu todos os sete recursos que, ao longo de dez anos, a Federação e a LPFP foram metendo. Por isso devemos estar felizes”, afirmou.

Relativamente ao recurso apresentado pelo Belenenses, clube que há 10 anos esteve na base da despromoção administrativa do Gil Vicente, o presidente do emblema de Barcelos disse que o analisou juntamente como o departamento jurídico.

«Até deu para nos rirmos. Agora vamos analisar para vermos o que podemos fazer em relação ao Belenenses e à LPFP. Estamos até a ponderar pedir a anulação do recurso», afirmou.

«O Belenenses não é parte decisória no processo, por isso só não vamos para a I Liga se a LPFP não nos deixar. São as instâncias desportivas, Federação e a LPFP que nos têm de pôr na I Liga, não é o Belenenses», acrescentou Fiúsa, sublinhando que o Gil Vicente ainda terá de ser indemnizado.

Em agosto de 2006, o Gil Vicente, depois de ter assegurado a permanência, foi despromovido administrativamente à II Liga, devido à utilização do internacional angolano Mateus, quando o futebolista estava impedido por ter atuado com estatuto de amador, na época imediatamente anterior, ao serviço do Lixa.

Na altura, a Comissão Disciplinar da LPFP sancionou o clube minhoto com a descida de divisão, após uma queixa do Belenenses, que o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol ratificou, impedindo ainda os gilistas de participarem na Taça de Portugal, assim como nos campeonatos de juniores e iniciados.

O Gil Vicente recorreu destas decisões para os tribunais administrativos, alegando a nulidade das sanções aplicadas, algo que foi agora confirmado pela sentença do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, proferida a 25 de maio, da qual o Belenenses recorreu.