Zoran Filipovic já voltou ao Benfica depois dos sucessos do início da década de 80 como jogador. Foi como treinador-adjunto de Artur Jorge, uma passagem mal sucedida, e que deixou a vontade de chegar novamente à Luz, desta vez com novo estatuto. «Voltar ao Benfica? Nunca se sabe. Gostei muito de viver e trabalhar em Portugal e um dia gostaria de voltar, mas uma coisa é sonhar e ter vontade, outra é ter sorte no momento exacto. Como jogador passei anos muito alegres na Luz, ganhei muitos troféus, fiz amizades, joguei numa grande equipa e nunca o vou esquecer. Como treinador não estive no lugar que gostaria, o de treinador principal.»

Trabalhar com Artur Jorge, garantiu Filipovic, foi «um prazer», apesar das peculiariedades do treinador. «Artur Jorge é um profissional fora do comum. É uma pessoa um pouco fechada, mas com os seus princípios e é um grande treinador português, com títulos e experiência. Infelizmente as coisas não correram bem, como desejávamos.» O que não significa que, se fosse ele o treinador principal, Filipovic não teria feito tudo de forma diferente. «Cada treinador tem os seus métodos, os seus princípios», lembrou.

Em todo o caso, falar num regresso a Portugal é apenas um exercício teórico para o actual treinador do Estrela Vermelha. Falar num futuro a médio prazo, aliás, é também uma impossibilidade. «Para já vou ficar este ano aqui, para fazer esta equipa e os jogadores crescer, e depois vamos ver. Neste momento estou concentrado no dia-a-dia, o Estrela Vermelha é um grande clube, há sempre muita coisa para fazer. Nesta profissão é difícil prever o futuro. Trabalhar aqui na Jugoslávia não é fácil, há sempre muitos problemas, mas não é só aqui, a vida de treinador é muito difícil. Somos como ciganos, estamos sempre a saltar de um país para outro.»

Na carreira de treinador Filipovic somou também presenças na selecção jugoslava, integrando a equipa técnica que chegou à fase final do Mundial 98 e do Euro 2000. «Foi muito bom trabalhar na selecção, é muito diferente do trabalho nos clubes. Há sempre pressão, como há nos clubes, mas é uma pressão diferente e é bom viver na preparação dos grandes jogos, com tremenda importância e muito público.»

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