A FIGURA: Ferro que não dobra

Melhor do que Rúben Dias, habitual esteio do eixo defensivo encarnado. Sentido posicional impecável, boa leitura dos lances e cortes importantes. Dizem os entendidos que o central do futebol moderno também tem de sentir-se confortável com a bola nos pés. Pois bem: Ferro é provavelmente o melhor neste capítulo entre todos os centrais que Bruno Lage tem à disposição. Se Pizzi terá sido o melhor das águias na primeira parte, o jovem defesa foi o elemento em maior destaque na etapa complementar. Terá Jardel a posição a salvo? O tempo dirá…

O MOMENTO: Gedson erra, mas Luz respira de alívio (MINUTO 64)

Numa descida no terreno para dar início ao processo de construção, Gedson complicou e perdeu a bola para Ndiaye perto da grande-área encarnada e a bola sobrou para Belhanda, que bateu Vlachodimos. O fora de jogo assinalado permitiu aos encarnados continuarem com uma almofada relativamente confortável na eliminatória.

OUTROS DESTAQUES:

Pizzi: assistiu Cervi com um passe letal aos 7 minutos, mas o argentino não conseguiu aproveitar a oferta do companheiro. Inteligente ocupação dos espaços no corredor central, com diagonais que apanharam os homens de Fatih Terim desprevenidos. Foi daí que obrigou Muslera a uma defesa atenta e também foi de lá que atirou ao lado num lance em que talvez tenha tentado servir um companheiro em boa posição, mas o gatilho já tinha sido premido.

Florentino: uma autêntica formiga trabalhadora. Basta fixar durante algum tempo o olhar no médio de 19 anos para chegar a esta conclusão. Sempre em busca de ocupar o espaço certo com vista aos equilíbrios defensivos, foi competente nessas funções e também no início do processo de construção, distribuindo com critério, por vezes mesmo à procura da verticalidade dos companheiros, como aconteceu, por exemplo, nos minutos finais da primeira parte quando lançou João Félix sobre a meia esquerda. Teve mais dificuldades na etapa complementar, sobretudo depois da hora de jogo, altura em que o jogou ficou mais partido.

João Félix: não é fácil a vida entre gente crescida e o novo menino-prodígio das águias sentiu isso como poucas vezes antes desde que se estreou pela equipa principal das águias. Procurou ter jogo, teve pinceladas interessantes, mas não foi feliz na definição da maior parte dos lances. Pouco depois da hora de jogo teve nos pés o golo do Benfica, mas atirou por cima à boca da baliza. Saiu a 15 minutos do fim para dar lugar a Jonas.

Ndiaye: ajudou a empurrar o Galatasaray para a frente, sobretudo na segunda parte, altura em que o conjunto turco necessitava de ser mais acutilante ofensivamente. Bem na pressão sobre o portador da bola, recuperou uma bola a Gedson nas imediações da área encarnada. Na sequência do lance, Belhanda ainda marcou, mas estava em fora de jogo.