A distância é considerável, mas o coração continua a bater pelo Boavista. Sempre muito depressa. Sempre com muita intensidade. Sempre com muito afecto. Mário Silva está em Nantes, em França, mas o sentimento axadrezado estende-se até ao País de Gales, onde o clube do Bessa vai defrontar o Barry Town, na próxima quinta-feira, em jogo a contar para a pré-eliminatória da Taça UEFA. 

O ex-defesa esquerdo de Jaime Pacheco foi incapaz de esconder o que lhe vai na alma, quando o Maisfutebol o contactou para uma pequena conversa via telefone. Simples, directo, objectivo, mas algo nostálgico por não estar presente em mais uma aventura europeia com o xadrez timbrado no peito. «Estou longe, mas continuo a ver os jogos do Boavista pela televisão. Não estou aí, em Gales, mas sou adepto e sócio...», afirmou, deixando transparecer as suas cores clubistas. 

«O meu coração está com o Boavista. No início do campeonato, mandei um fax à equipa para mostrar a minha solidariedade. Estarei sempre com os meus antigos colegas e espero que consigam ultrapassar este obstáculo», realça, recusando-se a fazer um prognóstico. Superstição? Não comentou, apenas traçou o perfil dos galeses: 

«Pelo que vi no primeiro encontro, o Barry Town não joga mal, mas não está ao nível do Boavista. No entanto, é um adversário difícil de contrariar, porque faz uso de esquemas tácticos muito defensivos. Mas estou certo que será ultrapassado, com maior ou menor dificuldade», destaca Mário Silva, ludibriando a pergunta sobre o resultado do jogo. 

Depois, ainda teve tempo para fazer uma série de apontamentos melancólicos. «Tenho muitas saudades dos meus companheiros, que foram sempre muito importantes para mim. Jamais esquecerei o Boavista! Desejo para o meu antigo clube aquilo que ambiciono para mim», finalizou o actual defesa esquerdo do Nantes.