A doença de Valeri Lobanovsky, que, garantiram os ucranianos, ficara acamado no quarto de hotel, não chegou a ser uma gripe repentina. Na verdade, não foi mais do que novo ataque súbito de má disposição, inicialmente encapotado por uma fraca desculpa e posteriormente denunciado pela presença do treinador no banco de suplentes, enquanto Mikailichenko e Demianenko dirigiam o treino de adaptação ao relvado do Bessa. 

A mentira perdurou durante a conferência de imprensa, que fez do adjunto Demianenko protagonista. Ele mesmo garantiu que Lobanovsky, que já estava nas instalações do Bessa, não deixaria o quarto de hotel. Mas a encenação foi desmontada aos primeiros passos no relvado, para onde os jornalistas, incluindo os portugueses, foram convidados. O «velho lobo» lá estava, com a expressão de quem parece entediado e cansado. E só recolheu ao balneário cinco minutos antes do final do treino. 

A sessão, de 70 minutos de trabalho ininterrupto, a que Jaime Pacheco assistiu discretamente, foi mais do que uma mera adaptação ao relvado, onde os ucranianos ensaiaram a pressão, posse de bola e o remate. Em muitos dos ensaios pôde ouvir-se a bola e os postes produzirem o som característico de uma tentativa fracassada por milímetros. 

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