Jorge Silva não imagina outro cenário, por mais probabilidades que pese. A primeira eliminatória da Taça UEFA parece-lhe ao alcance de uma viagem tranquila a Gales. As diferenças, que deixam o Boavista a léguas do Barry Town, são suficientemente óbvias para arriscar um desenlace agradável, talvez por números verdadeiramente interessantes. Detecta, contudo, dificuldades, motivos bastantes para crer que no futebol e, em especial, nas competições europeias «já não há passeios». 

Da sorte não se queixa. Foi titular em Aveiro, numa revisão estratégica de Jaime Pacheco, e não se surpreendeu. «É para isto que eu trabalho», observou. Sentia-se preparado e provou-o. Para completar, o Boavista venceu. «É sempre bom começar bem. Permite-nos preparar os próximos desafios com confiança». Ganhar, confessa, tornou-se um vício. «Um bom vício», sublinhou. 

O desempenho de outras equipas na Liga permitiu-lhe avaliar diferenças e distâncias em relação ao Boavista, que, contudo, preferiu guardar para si, não fosse ferir susceptibilidades. «Ainda é um pouco cedo para avaliações profundas», justificou-se. «Ninguém está ainda a 100 por cento, pelo que qualquer análise pecará sempre por ser precoce». Mesmo assim, crê que o Benfica «pagou caro» o preço de dois lapsos. 

As preocupações de Jorge Silva são outras e a imediata responde pelo nome de Barry Town. Em Gales, o médio e central propõe ao restante plantel «um jogo de rigor e humildade», na intenção de «consolidar a vitória e resolver cedo a eliminatória». Crê, inclusive, que o desafio de Barry será mais simples que o do Bessa, que rendeu apenas dois golos frente ao adversário da IV Divisão inglesa. «Se eles quiserem conseguir algo, terão que ser mais atrevidos, abrindo-se um pouco mais. Daí podemos retirar alguns dividendos». A solução parece-lhe simples, quase tão evidente como a suspeita de que a Taça UEFA já ter reservado lugar para o Boavista.