Foi a primeira contratação anunciada pelo F.C. Porto para esta época. Aos 26 anos, Costinha é um nome implantado no futebol português, com provas dadas na selecção nacional, desde o Euro-2000. Depois de uma importante experiência no Mónaco, onde foi campeão nacional há duas épocas, a transferência para o clube das Antas é a primeira oportunidade que tem de mostrar o seu valor num clube de topo em Portugal. É que antes de partir para França, Costinha apenas tinha passado pelo Oriental, o Machico e o Nacional... 

Com um perfil sóbrio e reservado, Costinha mostrou, ao longo da entrevista concedida ao Maisfutebol, ser um jogador com uma cultura claramente acima da média. Frases bem medidas, discurso fluente, o médio portista denota ser uma pessoa que reflecte nas questões que foram abordadas.  

-- A sua integração no F.C. Porto tem sido fácil?

-- Sim, bastante fácil. O F.C. Porto é uma família, já conhecia a maior parte dos jogadores que compõem este plantel, vários jogadores das selecções, outros que actuaram noutros clubes. A integração tem sido bastante positiva e penso que toda a gente está aqui a trabalhar com o mesmo objectivo. 

-- Chegou a haver outros clubes interessados em contratá-lo?

-- Tinha várias opções, mas, desde o primeiro momento que o F.C. Porto surgiu como hipótese, disse ao meu empresário para dar seguimento às negociações, porque o Porto é um clube talhado à minha imagem, com uma filosofia e com uma mentalidade que me agrada bastante. Como tal, estou muito satisfeito por estar no Porto. 

-- O que é que espera fazer no Porto?

-- Acima de tudo, espero encontrar um clube ambicioso, um clube que proporciona outras metas. Atingi uma meta muito importante no Mónaco, ao ter sido campeão nacional francês. No ano a seguir, não houve seguimento, acabámos em décimo primeiro lugar. A ambição caiu bastante e sei que no Porto isso não acontecerá. 

-- O que o leva a ter essa certeza?

-- O Porto joga sempre no patamar mais alto. Quer no campeonato, quer na Liga dos Campeões, vai ser sempre para ganhar. 

«Já não há titulares indiscutíveis» 

-- Que balanço faz da sua experiência no Mónaco?

-- O Mónaco foi muito importante para mim, porque foi o clube que me tirou do anonimato. Estou-lhe eternamente grato por isso. Só que o Porto tem outra mentalidade e bastou ver aquela apresentação aos adeptos, que foi uma festa com uma dimensão que nunca tinha visto no Mónaco. 

-- E espera ser titular no F.C. Porto?

-- Hoje, não há titulares indiscutíveis em nenhuma equipa. Se formos reparar, é perfeitamente possível o Guardiola ficar no banco, o Rivaldo ficar no banco, o Inzaghi ficar no banco. Aqueles que, num determinado momento, se mostrarem mais capazes de responder ao jogo em causa são as escolhas.  

-- A meio da época passada, já havia a quase certeza, em Portugal, de que iria representar o F.C. Porto. Por que só foi anunciada a sua mudança para as Antas muitos meses depois?

-- Todos os clubes têm o seu timing. O presidente do Porto entendeu anunciar a contratação na altura certa. Quando as coisas são anunciadas antes da hora, os jogadores acabam por se prejudicar. Desde que houve uma notícia num jornal desportivo português que apontava a minha ida para o Porto, praticamente fui posto de lado no Mónaco. Puseram-me a suplente. Mas isso são águas passadas. 

-- Mas no final da época passada já sabia que ia para o F.C. Porto?

-- Já havia um interesse bastante grande, mas as coisas entre mim e o Porto ainda não estavam oficializadas. 

-- Que conhecimento tem dos adversários do F.C. Porto nesta pré-temporada?

-- Do Racing não conheço quase nada. O Auxerre conheço melhor, porque fui adversário deles no campeonato francês. 

TEXTOS RELACIONADOS