Michel Platini não teve medo de fazer um prognóstico para a final do Euro-2000 e diz que o jogo acaba com a vitória do seu país: «2-1 para a França, com um golo de ouro na primeira parte do prolongamento.» Um prognóstico irónico, a brincar com o facto de a França se estar a especializar nesse tipo de decisão. Portugal que o diga. 

No balanço do Euro-2000, Platini considera que este foi um Europeu «de grande qualidade». O antigo jogador françês defende que o facto de se ter assistido a futebol bom e bonito se deve às mudanças impostas pela FIFA após o Mundial de 1990. Isso permitiu, na sua opinião, que se destaquem os grandes jogadores, como «Zidane, Figo, Rui Costa, Totti e Del Piero». 

«Depois de 1990 e do Mundial italiano a FIFA aplicou novas regras e deu mais responsabilidades aos árbitros. Esse trabalho está a dar frutos hoje. Graças a esta maior protecção dos jogadores, sobressai a técnica. Quem é que marcou o Euro-2000? Zidane, Figo, Rui Costa, Totti. E Del Piero ainda não disse a sua última palavra», afirmou Platini, que é actualmente assessor da FIFA. 

A bola de Zidane e a laranja de Maradona

 
Quanto aos finalistas, Platini acha que são «as melhores equipas». A França, na sua opinião, não está melhor em 1998, quando foi campeã do mundo. A diferença é Zidane, diz, apesar de se mostrar renitente em fazer grandes elogios ao homem que o sucede com o número 10 da selecção francesa: «Diria que o Zidane é o único jogador françês mais forte que em 1998. Os outros aproveitam a aura de Zizou. Mas é preciso colocar as coisas no seu contexto. O que o Zidane faz com uma bola, Maradona fazia-o com uma laranja. 

A Itália, por seu lado, é a mesma de sempre, diz, comentando as críticas à forma de jogar da «squadra azzurra»: «Historicamente a Iália é isto: um bom guarda-redes, uma boa defesa, um meio-campo presente e dois avançados que correm. Esta selecção jogou sempre assim. Se é isto o «catenaccio», de acordo», prossegue Platini, prevendo que a final de amanhã «será espectacular... se for marcado um golo logo no início do jogo.»