A Europa já era favorita na Ryder Cup, que começa nesta sexta-feira em Gleneagles, Escócia. Ganhou cinco das últimas seis edições da competição que coloca o velho continente frente aos Estados Unidos, vem da vitória mais moralizadora de sempre, tem o melhor jogador da atualidade, Rory McIlroy, e uma equipa forte: quatros dos seis primeiros golfistas do ranking mundial. Agora, teve também um reforço de peso: Alex Ferguson.

Era um segredo bem guardado, que foi aliás estragado pelo próprio. Na terça-feira Sir Ferguson apareceu nos fairways do PGA Centenary Course, e a sua presença confirmou os rumores. O antigo treinador do Manchester United, amante de golfe, tinha sido convidado para falar à «Team Europe», para dar uma palestra motivacional sobre sucesso e espírito de equipa. Só tinha imposto como condição que não fosse divulgado. E acabou por ser ele a divulgá-lo.

McIlroy, o líder do ranking mundial e fanático adepto do Manchester United, diz que ficou fascinado como uma criança, perante Ferguson. «Fiquei ali sentado a olhar para ele e não tirei os olhos. Estava em transe a ouvir tudo o que dizia e a pensar: Isto é provavelmente o que ele disse às equipas do Manchester United ao longo do anos»

«Contou-nos algumas histórias de experiências passadas em grandes jogos, e sobre alguns dos jogadores que treinou. Foi fantástico participar nisto», diz o norte-irlandês: «Nem toda a gente na sala era fã do United, e tornaram-no claro. Mas foi muito útil, porque pudemos fazer-lhe perguntas sobre várias coisas e sobre qual era para ele o elemento fundamental para chegar ao sucesso, e para ter sucesso como equipa. É um homem muito inspirador quando fala. Tem muita autoridade e a sala fica calada, com toda a gente a ouvir.»

O espanhol Sérgio Garcia reforça a ideia. «Sou adepto do Real Madrid e não sou o maior fã dele, mas quando temos a possibilidade de ouvir alguém que esteve lá em cima tanto tempo é sempre interessante entrar no mundo dele e ver as coisas por que passou», disse.

A foto de grupo do encontro com Ferguson

A prova, que se realiza de dois em dois anos, volta à Europa, num cenário idílico em Gleneagles, um resort de luxo que integra o PGA Centenary Course. O local que recebeu em 1921 precisamente a competição que daria origem ao desafio Europa-América. 

Hoje a Ryder Cup é um mega-evento, que cresceu muito em dimensão nos últimos anos. Em 2014 terá 45 mil espectadores in loco em cada um dos três dias de competição, transmissão televisiva e uma série de eventos associados: de conferências de imprensa a entrevistas, passando pelo jantar de gala que se realizou esta noite.

Mas a maior publicidade possível à Ryder Cup foi a edição de 2012. É uma das grandes reviravoltas da história do desporto. Os Estados Unidos lideravam por 10-6 à entrada para o último dia de competição, no campo de Medinah, Illinois. Restavam doze jogos de singulares, cada um a valer um ponto. Ou seja, a Europa precisava de oito pontos para empatar, 8 e meio para ganhar. Venceu oito, empatou um e levou a taça.

A ver como será este ano, quando poucos ousam retirar favoritismo à Europa, frente a um adversário sem nomes muito sonantes, que não terá Tiger Woods, com problemas físicos. Como provou em 2012 aquele a que a imprensa europeia chamou o «milagre de Medinah», nem sempre a lógica leva a melhor.

A prova, em sistema de matchplay, começa nesta sexta-feira e prolonga-se até domingo.

As equipas da Ryder Cup:

Europa

Rory McIlroy (Irlanda Norte), 1º ranking mundial
Henris Stenson (Suécia), 5º
Sergio Garcia (Espanha), 3º
Justin Rose (Inglaterra), 6º
Martin Kaymer (Alemanha), 12º
Thomas Bjorn (Dinamarca), 30º
Victor Dubuisson (França), 23º
Jamie Donaldson (Gales), 25º
Graeme McDowell (Irlanda Norte), 18º
Stephen Gallacher (Escócia), 34º
Ian Poulter (Inglaterra), 38º
Lee Westwood (Inglaterra), 44º

Capitão: Paul McGinley

Estados Unidos

Bubba Watson, 7º do ranking
Ricckie Fowler, 10º
Jim Furyk, 4º
Jimmy walker, 19º
Phil Mickelson, 11º
Matt Kuchar, 9º
Jordan Spieth, 13º
Patrick Redi, 27º
Zach Johnson, 16º
Keegan Bradley, 26º
Webb Simpson, 33º
Hunter Mahan, 21º
Capitão: Tom Watson