Por: Francisco Sousa

Aos 19 anos, Pierre-Emile Højbjerg vive um autêntico conto de fadas desde os 17. Com essa idade, já na fase final da época 2012/2013, Juup Heynckes tratou de o lançar num grupo já campeão alemão e quase campeão europeu. A experiência correu tão bem que no ano seguinte (e depois de várias conversas com o seu antecessor), Pep Guardiola decidiu apostar em Højbjerg no começo do seu trajeto no clube bávaro.

Desfalcado de alguns jogadores importantes e em vias de perder Luiz Gustavo para o Wolfsburgo, Guardiola olhou para aquele miúdo imberbe de 17 anos e deu-lhe várias oportunidades em jogos da pré-época. A qualidade não enganava: criterioso ao nível do passe, com boa visão de jogo e um interessante sentido táctico, Højbjerg ia encantando o treinador catalão. No entanto, logo de início, este decidiu não o «queimar» na Supertaça frente ao B.Dortmund (perdida por 4-2), decisão confessada recentemente no brilhante livro «Herr Pep», da autoria do jornalista espanhol Martí Perarnau.

Apesar de tudo, Højbjerg foi merecendo a confiança de Pep ao longo da última temporada, tendo atuado em nove jogos pela equipa principal (mais 14 na segunda equipa, onde apontou ainda quatro golos). Já esta temporada, leva cinco partidas incompletas disputadas, quatro no campeonato, mais 58 minutos na derrota frente ao B.Dortmund (2-0), na Supertaça.

Neste momento, Højbjerg é também uma das referências da nova onda de jogadores jovens dinamarqueses. Para já, soma três internacionalizações, tendo apontado um golo decisivo, no recente triunfo frente a seleção da Arménia (2-1), em jogo a contar para a qualificação para o Euro 2016.



Em vésperas do duplo compromisso contra Albânia e Portugal, para o qual Højbjerg está convocado, o jogador falou à imprensa dinamarquesa e deu conta do seu estado de ânimo atual, tanto pelo que tem feito no Bayern, como ao serviço da seleção.

«Tenho que ser mentalmente muito inteligente», referiu. «A seleção é um mundo diferente e eu sinto-me feliz aqui, jogo com o coração. Eu beneficio com a presença na seleção e eles também beneficiam com a minha presença», acrescentou ainda o jovem.

Nesta conversa com os jornalistas, Højbjerg falou ainda acerca da experiência no Bayern e da concorrência de jogadores como Xabi Alonso, Schweinsteiger ou Thiago: «Sinto que tenho qualidades e tenho jogado pela equipa principal do Bayern». No entanto, acrescenta, «tenho apenas 19 anos, ainda não sou um Xabi Alonso e seria uma loucura se o dissesse. Mas acho que tenho algumas coisas que ele não tem e poderei demonstrá-las no futuro», confessou ambicioso.

«Alonso, Schweinsteiger ou Thiago são os meus concorrentes mas eu não os temo. Eles são muito talentosos, tenho muito respeito por eles mas eles também o têm por mim. Eles apoiam-me e eu sinto-me bem comigo. O treinador é que tem a palavra final mas é bom ser aceite desta forma», referiu ainda Højbjerg, ele que falou também no desejo de jogar mais: «Poderá ter de haver uma altura em que vou sair para jogar 90 minutos em cada fim-de-semana. Não é uma questão de idade. Eu sinto-me madura e fisicamente para dar este passo. Eu vou assumir a responsabilidade- até para comigo mesmo», concluiu o jovem craque.
Apesar da concorrência forte que enfrenta no Bayern, Højbjerg já revelou competência suficiente para se afirmar em muitas equipas. A sua maturidade tática, aliada a uma qualidade técnica e inteligência no jogo tremenda, fazem dele um elemento muito útil para Morten Olsen. No fundo, até se pode dizer que Højbjerg passa pelo mesmo problema de alguns dos jovens internacionais portugueses: apesar do muito talento, a quantidade de minutos que ele joga ainda não é a suficiente para que ele se afirme em definitivo. Ainda assim, estando sob guarda de Guardiola, só pode vir a crescer. Portugal que se cuide: vem por aí um poço de bom futebol!

BI do jogador.
Nome: Pierre-Emile Højbjerg
Idade: 19
Altura: 1,85m
Clubes representados: Copenhaga, Brondby (camadas jovens) e Bayern (camadas jovens e seniores).
Seleções: Todo o percurso na sel.dinamarquesa, desde os sub-16