Sem arte para mais. O Portimonense falhou a subida à Liga por culpa própria. O resultado em Chaves deixava os algarvios dependentes apenas de um triunfo na Póvoa de Varzim para regressar ao escalão máximo do futebol português, mas esse resultado nunca chegou, sequer, a parecer estar perto de acontecer.

O Portimonense foi melhor em alguns períodos, o Varzim noutros e, quando assim é, o resultado só pode ser justo.

Talvez pelo peso da responsabilidade, a equipa de Portimão não entrou nada bem na partida. Bem melhor o Varzim no período inicial, com Bruno Moraes a assumir papel de destaque. O antigo avançado do FC Porto já não tem a velocidade de outros tempos, mas a qualidade técnica continua lá. Num par de lances assustou a defesa algarvia.

Foi, de resto, o abanão que o Portimonense precisava para crescer no jogo. Numa altura em que as notícias de Chaves eram contraditórias (primeiro marcou o Feirense, depois o Desportivo local), o Portimonense conseguiu, finalmente, assentar jogo.

Antes do intervalo, num lance de Musa Yahaya, sobretudo, o golo ficou perto. Valeu, no caso, a intervenção por instinto do guarda-redes poveiro Pedro Soares. Foi a melhor oportunidade de toda a primeira metade.

O segundo tempo já foi diferente. Com Portimonense a mandar de início a fim. Já sem Pires, que saiu lesionado na reta final da primeira parte, a equipa de José Augusto entrou muito melhor do que na etapa inaugural.

Com Ewerton e Musa Yahaya em papel de destaque, faltou ao Portimonense um maior acerto na hora de finalizar as jogadas. Musa, por exemplo, atirou às malhas laterais uma das melhores oportunidades da equipa, embora pouco depois tenha voltado a ficar em boa posição na área, disparando por cima, na ocasião.

A partir do meio da segunda parte as preocupações defensivas da equipa de Portimão foram, evidentemente, menores o que permitiu ao rival assustar em alguns lances, sobretudo num remate de Manafá em que valeu Jadson a dar o corpo à bola.

Os últimos quinze minutos foram maus de parte a parte. Muito coração do Portimonense, mas nada mais. É verdade que a equipa não se limitou a despejar bolas para a área. Pelo contrário, o problema foi mesmo o excesso de rendilhados, de caminhos tortuosos, sem uma linha condutora que aproximasse o golo.

Assim, ficou impossível. Os homens do Varzim só precisavam estar no sítio certo à hora certa e iam resolvendo os poucos problemas que os minutos finais do jogo trouxeram.

O sonho do Portimonense morreu na praia. Quase literalmente. Foi com vista para o mar nortenho que a equipa algarvia se despediu do campeonato. Para o ano, estará novamente na II Liga. Devia ter feito mais para que assim não fosse.