Chama-se Aisha. É uma mulher de 18 anos. Uma mulher afegã. Foi espancada, violentada, maltratada e tratada como uma escrava enquanto viveu na casa da família do marido, um comandante talibã.

Tentou fugir e correu mal. O marido decidiu castigá-la. Enquanto o cunhado de Aisha a segurava, o marido cortou-lhe o nariz e as orelhas. Numa luta desigual, a mulher acabou irremediavelmente desfigurada mas conseguiu sobreviver.

Jodie Bieber, uma fotógrafa da revista «Time», conheceu a história e decidiu fotografá-la. É capa da revista desta semana.

A acompanhar as fotografias de Aisha, Jodie Bieber não lhe poupou elogios:

«És mesmo uma mulher bonita. Não compreendo, nem imagino o que possas sentir quando tens o nariz e as orelhas cortadas, mas o pouco que consigo fazer e mostrar-te é a tua beleza nestas fotografias».

O trabalho fotográfico pretende ser mais uma chamada de atenção para a situação precária vivida por todas as mulheres afegãs no país e a violação dos mais elementares direitos humanos praticada em pleno século XXI.

No editorial da revista é também descrito o objetivo da reportagem:



«Convencer os americanos sobre as medidas que EUA e aliados têm que tomar neste país».

Aisha encontra-se atualmente à guarda das autoridades policiais. A organização não-governamental «Women for Afghan Women» presta-lhe apoio monetário.

Enquanto isso uma organização humanitária da Califórnia tenta levá-la para os EUA para que possa ser submetida a uma cirurgia estética.

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico