Walter Casagrande, antigo internacional brasileiro que teve uma passagem pelo FC Porto no final da década de 80, criticou, nesta segunda-feira, a proteção «especial» que a federação brasileira teve para com Neymar, no regresso da seleção do Brasil após o Mundial da Rússia.

«Quem quer liderar, precisa estar presente também nas horas difíceis e saber lidar com as cobranças», escreveu o ex-jogador numa coluna de opinião na GQ do Brasil, salientando que «a restante equipa fez isso. A comissão técnica também. Faltou o [nosso] astro».

Nesse sentido, Casagrande compara mesmo a pressão sobre Neymar com a de um trabalhador de condição média no país, dizendo que apesar de haver pressão sobre um jogador internacional, ela não se compara com a de quem «precisa de acordar às 5 ou 6 horas da manhã todos os dias, tomar um pingado e apanhar três autocarros num transporte público precário só para chegar ao trabalho».

«Que a pressão sobre o camisola 10 do Brasil é enorme, não há dúvidas. Sempre vai ser. E quando ele é alguém com o talento indiscutível de Neymar, obviamente a expectativa será ainda maior. Daí a ter pena vai uma distância tão grande quanto à da condição média de um trabalhador brasileiro com a situação financeira de um jogador de futebol de alto nível, como é o caso de qualquer um que serve à Seleção», conclui o antigo internacional.