* por Pedro Morais

As transferências de Gareth Bale e de Neymar, para Real Madrid e Barcelona, respectivamente, foram as duas maiores novelas do defeso. A de Neymar ainda se arrasta, com a polémica dos valores da transferência sem fim à vista.

Ambos representaram grandes investimentos para os rivais espanhóis. Bale custou alegadamente 100 milhões de euros e o preço de Neymar rondou, também alegadamente, os 60 milhões de euros. Ainda que haja quem diga que a transferência do brasileiro custou aos cofres catalães mais de 100 milhões...

Mas a questão que aqui se levanta é: com tanta especulação pelas transferências, ao cabo de quase uma temporada, quem tem levado a melhor? Real com Bale ou Barça com Neymar?

Analisemos os números para melhor compreendermos as épocas de ambos.

Desde que chegou ao Real Madrid, Bale realizou 39 jogos, 32 dos quais como titular. Dos 39 jogos, 25 foram para a Liga Espanhola, cinco para a Copa do Rei e os restantes nove para a Liga dos Campeões.

Em 39 partidas, leva 20 golos e 15 assistências, numa média de 0,51 golos e 0,38 passes certeiros por partida.

Discriminadamente, Bale soma 14 golos na Liga, aos quais soma 12 assistências, um golo na Copa do Rei - decisivo na final frente ao Barcelona - e cinco golos na Liga dos Campeões, com três assistências.

No total dos 145 golos do Real Madrid na temporada, o galês contribuiu directamente em 35, quer sendo ele a marcar ou a fazer o passe decisivo, numa percentagem de 24,1 por cento de taxa de contribuição.

Gareth Bale mantém uma média de 77,4 por cento de passes acertados, foi por quatro vezes nomeado o melhor em campo e apenas por 1,2 vezes perde a bola em média durante os jogos.

Neymar, mais um jogo e menos golos e assistências

Agora analisemos os dados de Neymar: 40 jogos, 15 golos e 11 assistências, numa média de 0,38 por cento de golos e 0,28 por cento de assistências por jogo - uns furos abaixo comparativamente a Bale, portanto.

Dos 40 jogos, 25 foram para a Liga, três para a Copa do Rei, dez para a Liga dos Campeões e os restantes dois para a Supertaça Espanhola, frente ao Atlético de Madrid. Aqui, logicamente, Bale não participou.

Discriminadamente, Neymar soma nove golos no campeonato aos quais junta oito assistências, um na taça do Rei, um na Supertaça Espanhola e que valeu o título ao Barcelona e quatro na Liga dos Campeões, com mais três passes certeiros.

No total dos 139 golos do Barcelona na temporada, Neymar contribui directamente em 26, numa taxa percentual de 18,7% de contribuição.

O brasileiro tem ainda uma média de 85 por cento de passes acertados e foi sete vezes nomeado o melhor em campo - neste campo acima de Bale -, mas mantém uma média de duas perdas de bola por partida, quase o dobro do galês.

Afinal, quem leva a melhor?

Consoante estes dados, mantém-se a pergunta: quem leva a melhor?

Isso depende da perspectiva em que olharmos para as duas performances. Se juntarmos a esta equação os preços dos jogadores, aí não há dúvida que em termos de relação preço/estatística, Neymar leva a melhor, até porque, alegadamente, custou pouco mais de metade de Bale.

Olhemos ainda para o seguinte dado lançado pelo Bleacher Report: preço por golo e preço por assistência dos dois jogadores.

Neymar com 15 golos, tendo custado supostamente 57 milhões, apresenta um preço por golo de 3,8 milhões de Euros. Bale, tendo custado 100, com 20 golos, tem como preço por golo 5 milhões.

Quanto às assistências, com 11, o preço por assistência de Neymar é de 5,1 milhões de euros, enquanto o do galês, com 15, é de 6,7 milhões.

Com tudo somado, golos mais assistências a dividir pelo preço, os valores aproximam-se. Com uma contribuição direta em 26 golos, o brasileiro tem como preço de participação nos golos 2,2 milhões de euros. Bale, por sua vez, contribuindo em 35 golos, apresenta um preço de contribuição de 2,86 milhões.

Mas se olharmos somente para os números e para o que desportivamente conta, esquecendo o dinheiro, aí não restam dúvidas de que Bale é uma maior contribuição para o Real Madrid do que Neymar para o Barcelona. Até porque convém recordar que dinheiro, para gigantes do futebol como estes, não é propriamente o problema.