O médio argentino Enzo Pérez, que trocou o Benfica pelo Valência de Nuno Espírito Santo na reabertura do mercado de transferências, passou em revista o primeiro mês em Espanha e abordou vários aspetos ligados à sua ainda curta experiência no emblema Ché.

O antigo jogador do Benfica tem merecido a confiança do treinador português e diz-se pronto para ajudar a equipa independentemente do papel que lhe seja atribuído, embora reconheça que é como segundo médio que se sente mais confortável.

«Já fiz todas as posições do meio campo: esquerda, direita, centro, mais ofensivo ou mais defensivo. A posição onde vou jogar cabe ao técnico decidir, mas o que me levou ao Mundial com a Argentina e a assinar com o Valência foi jogar como segundo médio, posição em que joguei nos últimos anos no Benfica», afirmou em entrevista à rádio Cadena Cope Valência.

Puxando ainda o disco mais atrás, Enzo estabelece uma comparação entre o campeonato português e espanhol, considerando que chegou a um campeonato muito mais competitivo.

«A liga espanhola é muito mais competitiva. Há muito bons jogadores e é uma das melhores ligas do mundo. Os jogos são muito intensos e não podes relaxar nem por um segundo porque sofres golos trás de golos. No outro dia, contra o Sevilla, estávamos a ganhar por 2-0, tranquilos, e de repente assinalam-te um penalti e passados cinco minutos outro. Temos que estar sempre atentos», alertou o jogador que entrou em Portugal com o rótulo de extremo.

A transferência do argentino para o Mestalla arrastou-se durante algum tempo, sobretudo devido à falta de entendimento entre dirigentes. O jogador manteve-se à parte esperando por um desfecho favorável.

«Demorou mais que uma telenovela. O jogador fica à margem de todo o processo e os dirigentes é que têm de se por de acordo. Felizmente é passado, estou feliz por estar aqui e podem esperar muito de mim. É preciso entender que é uma mudança importante para mim, como novos companheiros. Não é o mesmo chegar em janeiro ou em junho onde tens uma época toda para trabalhar», analisou.

Enzo aterrou em Valência com o selo dos 25 milhões de euros pagos por Peter Lim às águias, mas isso não o inibe de mostrar em campo a sua qualidade.

«Não me pesa nada o preço que pagaram por mim. Fico sempre à margem disso. O preço não fui eu que pus, foi o Benfica e a sua direção e o Valência sabia desde o início. A minha negociação com o Valência não demorou muito, penso que dois dias. Houve uma proposta, eu apresentei uma contraproposta e chegámos de acordo. Estou tranquilo e sei que o que posso dar ao Valência», concluiu.