O Barcelona está em alta e o Real Madrid está em crise. É este o estado de espírito para o clássico deste domingo no Camp Nou, mas Luis Enrique recusa euforias e garante que a equipa catalã não vai cair no erro de achar que o jogo já está ganho. Outra ideia que o treinador quis deixar clara é que, qualquer que seja o resultado, nada ficará decidido no domingo, uma vez que ainda ficam a faltar dez jornadas até ao final do campeonato.

«É um jogo diferente porque é contra o eterno rival e contra o adversário que está mais próximo na classificação. Se ganharmos, eles não somam pontos. Além disso, está em causa a diferença de golos. Tem muitos pontos aliciantes, com uma conotação especial para os culés. Mas, aconteça o que acontecer, não será decisivo», começou por destacar na antevisão do grande jogo da 28ª jornada da liga espanhol e um dos jogos mais aguardados do ano futebolístico.
 
Um jogo que, para Luis Enrique, não tem favoritos, embora reconheça que o Barça tem a vantagem de jogar em casa. «Todos os treinadores tendem a pensar que há um favorito claro. Temos os dois os mesmos objetivos e a qualidade dos jogadores não se coloca em causa. O factor campo é importante porque nos pode dar um ponto de motivação, espero que isso nos ajude», prosseguiu.

Entre os adeptos do Barcelona nota-se um ambiente de euforia e há já quem tenha falado numa manita (cinco golos). «Não ouvi nenhum comentário sobre isso no balneário, nem tem sido a mensagem que tenho passado. Os jogadores não são tolos. Existe um ambiente de confiança, mas não vamos cair na asneira de achar que será fácil e que está tudo feito. Vamos sofrer, de certeza. Espero que a euforia tenha um foco sobre os momentos delicados para que a equipa jogue bem», referiu.
 

O Real Madrid venceu o último jogo com o Levante (1-0), mas antes disso consentiu derrotas diante do At. Bilbao (0-1) e, na Liga dos Campeões, com o Schalke em casa (3-4), mas Luis Enrique espera a melhor equipa de Ancelotti.«Espero o Madrid da primeira volta. Com dois ou três jogadores na frente e os outros mais atrás, à espera da transição, espero as bolas paradas, espero um pouco de tudo. Veremos se vão ser capazes de pressionar», referiu.

Quanto ao Barcelona. «Vai ser uma equipa à imagem dos últimos meses, a criar mais oportunidades que os adversários, a dominar nas duas áreas e desejar que os jogadores estejam a um nível ótimo. Temos de controlar as emoções e deixar-nos levar pelos culés que vamos ter por trás», acrscentou.

Um jogo em que os olhos vão estar mais uma vez concentrados nas frentes de ataques das duas equipas, particularmente no duelo entre Messi e Cristiano Ronaldo. «Em termos de efetividade serão importantes, mas sem os outros pouco podem fazer. É um desporto coletivo embora os que jogam mais perto da baliza tenham mais peso. Mas nós vamos precisar dos onze para ganhar ao Madrid», comentou.

Quanto à forma de Cristiano Ronaldo, com uma nítida quebra de rendimento nos últimos jogos, não foi valorizada pelo treinador catalão. «Qualquer um dos três do ataque pode resolver qualquer jogo sem precisar de estar no seu melhor momento. São três dos melhores do mundo naquelas posições. Não nos vamos concentrar em nenhum jogador do Madrid», referiu ainda.