O Manchester United despediu um dos  seus olheiros europeus depois de um conflito racista que chegou à administração do clube e levou a uma investigação interna.

Um porta-voz do United confirmou que foi rescindido o contrato com o dinamarquês Torben Aakjaer no dia seguinte al ter sido alertado, por informações do jornal «The Guardian», para um conjunto de comentários ofensivos e racistas no Facebook. 

Na sua página da rede social, em reação aos atentados ao jornal francês «Charlie Hebdo», Aakjaer descreveu uma mesquita como uma «loja de oração com potencial conspirador». O olheiro publicou também comentários que apoiavam a Dinamarca a fechar as fronteiras e a colocar «pessoal extra em todas as saídas para que a sujidade da Europa de leste possa ser mantida distante».

Na página de Aakjaer também era possível ver uma imagem com seis porcos, com a legenda: «É hora de implementar as nossas armas secretas contra os islâmicos».


O olheiro confirmou que a conta de Facebook era sua e que alguns comentários poderiam ser assertivos, mas negou utilizar termos racistas ou agressivos em relação aos europeus de leste. Aakjaer argumentou ainda que a sua conta na rede social pode ter sido invadida por alguém que «não goste de mim ou do Manchester United».


Todas as publicações ofensivas foram removidas minutos antes de o «The Guardian» ter contactado o olheiro e de se tornarem matéria de um inquérito interno liderado pelo chefe executivo do United, Ed Woodward.


Um comunicado do Old Trafford é claro quanto à polémica: «O clube recebeu a prova do The  Guardian, lançou uma investigação imediata e terminou o vínculo contratual com o senhor Aakjaer. O Manchester United é uma organização inclusiva e não vai tolerar esse tipo de comportamento.»


Anteriormente, Aakjaer já tinha dito ao jornal britânico que os comentários tinham sido mal traduzidos e «tomados fora de contexto». O olheiro confirmou que defende que se deve fechar as fronteiras, «como muitos dinamarqueses defendem», mas que nunca usaria «aquela linguagem agressiva». O dinamarquês garantiu ainda não ser racista e confirmou estar chocado com a situação.


Aakjaer trabalhava no Manchester United desde 2011 e era uma presença regular nos treinos da equipa inglesa para discutir potenciais contratações. Antes, esteve no Hamburgo.