Zvonimir Boban, um dos melhores médios do futebol mundial nos anos 90. Estrela croata, terceiro classificado no Mundial de 1998. Fã de Maradona, Zico e Platini, homem culto, inteligente, atualmente a colaborar com a FIFA. 

A poucos meses do Mundial da Rússia, Boban recorda a derrota contra a França nas meias-finais de 98. Conta, em conversa com o globoesporte, que não comeu durante quatro dias. «Pedi concentração e fui eu a errar o passe que originou o golo deles», desabafa Boban, 19 anos depois.

Boban vestiu a camisola de alguns grandes da Europa, com o AC Milan à cabeça, mas tem apenas um Mundial no currículo. Em 1990 não pôde representar a Jugoslávia por estar suspenso e em 1994 a Guerra dos Balcãs destruiu todos os sonhos. 

Nos 14 anos anteriores, Boban foi comentador televisivo na Itália e teve um jornal desportivo na Croácia. É um defensor do VAR, admirador de Messi, Ronaldo e Neymar, mas será também para sempre conhecido como o autor do «pontapé que iniciou uma guerra». 

Boban jogava no Dínamo Zagreb quando agrediu um polícia num relvado jugoslavo. Muitos consideram que o simbolismo do ato apressou o desmembramento jugoslavo. 

«Não fui eu sozinho. Muita gente identifica esse momento histórico da Croácia comigo e isso não é correto. Eu fui um de três mil, cinco mil jovens que fizeram o mesmo. Mas eu era o número 10, a estrela, o capitão do Dínamo Zagreb. Eu não fiz nada mais do que os outros. Foi uma rebelião popular depois de termos vivido num regime muito pesado, um inferno. Isto sim. Era uma vontade de liberdade.»