O presidente da Liga alemã diz que a UEFA deve considerar abandonar a FIFA se não for revelado na íntegra o relatório ao processo de atribuição dos Mundiais 2018 e 2022.

Reinhard Rauball reagiu assim à divulgação pelo presidente do Comité de Ética da FIFA, o juíz alemão Hans-Joachim Eckert, de um resumo de 42 páginas da investigação, o qual quis encerrar a polémica concluindo que as candidaturas vencedoras da Rússia e Qatar não violaram as regras e ilibando a FIFA no processo.

O norte-americano Michael Garcia, que foi o responsável pela investigação e defendeu desde sempre a sua divulgação na íntegra, contestou deste logo este relatório, que disse ser uma versão «incompleta e errónea», e anunciou que iria contestá-lo junto do Comité de Apelo da FIFA. Coisa que já fez, confirmou o organismo.

As reações foram muitas e agora vem da Alemanha uma posição forte. «A investigação foi uma tentativa séria, mas o resultado foi uma confusão de comunicação que abalou as fundações da FIFA de um modo que nunca antes vi», disse Reinhard Rauball, em declarações à Kicker.

«Como solução, devem acontecer duas coisas. Não só a investigação do Comité de Ética deve ser publicada, mas também o recurso do senhor Garcia, para que se torne claro quais eram as acusações e como foram julgadas. Também o que não foi revelado e se isso foi justificado. Tem de ser tornado público. Só assim a FIFA pode lidar com a sua completa perda de credibilidade», afirma.

«Se isto não acontecer e a crise não for resolvida de forma credível, temos de questionar se ainda estamos em boas mãos com a FIFA», prosseguiu, para responder, quando questionado quais poderiam ser as consequências: «Uma opção que deveria ser tida seriamente em consideração seria a UEFA deixar a FIFA.»