Há duas temporadas, Jackson Martínez voltou ao futebol português com bastantes dificuldades físicas. Ainda assim, o avançado colombiano de 34 anos, que atualmente está sem clube, ainda não sabe quando vai colocar um ponto final na carreira.

«Primeiro tenho que ver como reajo quando aumentar o nível de treino, porque não quero estar num estado de sofrimento como antes, porque sofri muito, e depois, quando uma equipa me quiser contratar, terão que me fazer exames médicos. Esta é outra etapa da qual estou ciente. Gostaria de jogar um último ano, embora a recomendação médica seja que não o faça», disse o colombiano em entrevista ao AS, em que recordou as duas temporadas no Portimonense.

«As dúvidas sobre a minha capacidade não me incomodam muito, porque já mostrei o que valho durante muito tempo. O pior foram, sem dúvida, as lesões. Depois de dois anos praticamente sem jogar fui para o Portimonense, um pequeno clube do campeonato português, para voltar a crescer, para voltar a sentir-me jogador de futebol. Jogava a 60% porque não podia correr sem dor. Quando saltava, tinha que cair com o pé direito. Isso foi na primeira temporada, mas a segunda foi ainda mais difícil. Eu não conseguia nem dormir depois de cada jogo. Agora é que durmo bem», confessou.

O avançado colombiano recordou também a transferência para o Atlético de Madrid, onde não se conseguiu afirmar, apesar de três temporadas a um bom nível ao serviço do FC Porto.

«Cheguei com uma ilusão tremenda e percebi que o Cholo Simeone também a tinha. Disse-me que acreditava em tudo o que podia dar ao Atlético e tentou fazer de mim o jogador de que precisava, mas não consegui responder ou encaixar no sistema devido a várias circunstâncias. Não vou dar desculpas, mas gostaria que as coisas tivessem acontecido de forma diferente. Mesmo assim, estou muito grato aos adeptos do Atlético, que sempre me acarinharam. Foi uma pena que me lesionei quando já me estava a encaixar», lamentou.

O avançado assume que respeitou as opções de Simeone, embora o questionasse por mais oportunidades, mas desmentiu qualquer desentendimento com o técnico argentino, antes de prosseguir a carreira na China por ver «uma oportunidade financeira» no Guangzhou Evergrande.

Questionado sobre o sucesso de Casemiro e Julen Lopetegui, com quem coincidiu nos dragões, o colombiano não se mostra surpreendido: «Não, de todo. Quando o Casemiro chegou ao FC Porto pensei: 'Como é possível que ele não jogue pelo Real Madrid?' É um jogador extremamente profissional e um ótimo companheiro. Um líder em campo para quem está na frente. E com Lopetegui muito menos, porque no FC Porto já nos tínhamos apercebido da sua capacidade e está a mostrar no Sevilha.»