Javi Garcia está na história do Benfica como o único jogador dos encarnados que marcou um golo ao Chelsea. Claro, há só dois encontros entre as duas equipas, mas o espanhol que joga no Manchester City espera bem ter companhia de mais alguém nesse feito.

Longe da vista, mas bem perto do coração, o Benfica ainda bate no peito de Javi Garcia. Por isso, o médio espera um triunfo encarnado em Amesterdão, na final da Liga Europa. Ao Maisfutebol, o «ainda» camisola 6 da Luz explica o que tem este Chelsea de melhor.

Mas primeiro a recordação desses quartos de final da Champions da época passada. O Chelsea ia passar o Benfica antes de chegar ao título europeu. Apesar de duas vitórias, os números não dizem tudo, conforme Javi Garcia recorda.

«Fizemos um excelente jogo em Londres, com 10 jogadores (Maxi Pereira fora expulso) fomos muito superiores ao Chelsea e, quando eu fiz o golo, pensei que estávamos muito perto das meias-finais», lembrou ao nosso jornal.

Não chegou, porque os londrinos acabaram mesmo por fazer o 2-1 final em Stamford Bridge e juntaram essa vitória àquela que conseguiram na Luz (1-0). Em Londres, porém, viveu-se umas das melhores noites de futebol europeu do Benfica do séxulo XXI, ainda para mais quando não havia um único central disponível para defrontar aquele que viria a ser o futuro campeão da Europa. Avançaram Javi Garcia e Emerson, um lateral-esquerdo malamado na Luz.

«O mister sabia que eu podia jogar a central, eu gosto desta posição, e o Emerson fez um excelente jogo», conta Javi Garcia, que teve de fazer dupla com o brasileiro, com Matic no meio-campo, numa primeira visão do que viria a ser o sucessor do espanhol no Benfica. O sérvio foi um gigante nessa noite, diga-se.

«Benítez é taticamente privilegiado»

Esse, porém, era um Chelsea que foi primeiro de André Villas-Boas e já era de Di Matteo. Agora, vive um compatriota de Javi Garcia no banco.

«Este Chelsea é uma boa equipa, com bons jogadores e um grande técnico», começou por nos dizer Javi Garcia. O compatriota Benítez é, para o médio do City, um técnico «taticamente privilegiado, que estuda muito os adversários», conforme a equipa encarnada saberá, depois do duplo confronto com o Liverpool do treinador espanhol (2005/06 e 2009/10). Frente a Benítez, uma eliminatória ultrapassada e outra não.

Quanto ao Chelsea, Javi Garcia acrescenta que «é preciso ter cuidado com os seus avançados». E quando se fala de avançados, na Liga Europa do Chelsea isso resume-se a um único ponta-de-lança: Fernando Torres.

Como marcar Fernando Torres?

«A Torres é preciso marcá-lo de muito perto, porque ele gostar de ter o seu espaço, gosta de correr e fisicamente é muito forte», observa Javi Garcia. «Com o Benfica, vai ser mais difícil para ele, porque o Benfica não dá espaço ao adversário», destacou Javi.

Atenção, atenção é preciso ter com Juan Manuel Mata, um futebolista que o ex-médio do Benfica conhece bem. «Mata é o motor do Chelsea, é um jogador especial, todas as bolas passam por ele», observou. «Se ele não joga, o jogo vai ser muito diferente para o Chelsea», sublinhou Javi Garcia.

A concluir, uma mesma ideia. O camisola 10 dos «blues» é a peça que os encarnados têm de travar no Arena de Amesterdão. «Eles têm um contra-ataque muito forte, mas tapando Mata e estando alerta ao seu contragolpe, o Benfica pode ganhar muito.»

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