A jovem de 19 anos que ganhou uma medalha de ouro na categoria de -53 kg de halterofilismo no domingo está no centro de uma polémica que envolve dois países asiáticos.

Zulfiya Chinshanlo subiu ao pódio durante os Jogos Olímpicos de Londres e cantou o hino nacional do Cazaquistão, mas agora os media chineses reivindicam que a sua nacionalidade é outra.

Segundo a agência oficial de notícias Xinhua, a jovem é, afinal, Zhao Changling, nascida e criada em Yongzhou, na província chinesa de Hunan.

Durante uma formação, em março de 2007, a equipa de halterofilismo do Cazaquistão terá mostrado desejo de a levar para este país e a sua transferência foi concretizada em 2008.

De acordo com a mesma fonte, citada pela CNN, a halterofilista cazaque conquistou o direito a competir por outro país, mas não precisava de mudar toda a sua história - e até o seu nome.

No site oficial dos Jogos Olímpicos, lê-se que Zulfiya Chinshanlo nasceu em Almaty, no Cazaquistão, a mais de três mil quilómetros de distância daquela que os chineses reclamam ser a sua cidade.

A agência garante que a atleta sabe falar fluentemente chinês e que foge sempre às questões do passado, não referindo, por exemplo, onde se encontra a sua família.

Quem não perdoa este «empréstimo» aos vizinhos cazaques são os chineses, que pedem a demissão daqueles que autorizaram a sua transferência, contribuindo para a consequente perda de uma medalha de ouro.

Segundo as regras do Comité Olímpico Internacional, os atletas que mudem de seleção têm de esperar três anos antes de representar outra e de poderem competir nos Jogos.