Os sonhos de debutante não toldam a lucidez de Júlio Alves. Impelido por uma rígida regra familiar, o médio do Rio Ave quer, acima de tudo, ser feliz em Vila do Conde. Só quando o Maisfutebol lhe sugere a possibilidade de um dia jogar lado a lado com o irmão Bruno na selecção, o sorriso de Júlio se deslumbra.

«Ninguém sabe o futuro. Quem me dera um dia poder jogar com ele», confessa, ainda a fazer a triagem do turbilhão de sensações que o assaltou após a estreia no campeonato nacional. «Depois do jogo no Dragão nem fui a casa. Fui directo para a selecção de sub-20. Falei com o meu pai e com os meus irmãos por telemóvel. Disseram-me que estavam muito orgulhosos e que eu devia lutar pelos meus sonhos.»

O clã Alves: depois de Geraldo e Bruno, conheça Júlio

O F.C. Porto é um clube intimamente ligado à família Alves. Bruno foi capitão e esteio inabalável da defesa durante seis anos a fio; Júlio, o homem de quem se fala, também teve uma passagem marcante pelos azuis e brancos. Menos frutuosa do que a do irmão.

«Deixei bons amigos, acho eu. Mas os responsáveis não gostavam muito de mim como jogador. Não apreciavam as minhas qualidades e tive de seguir a minha vida noutro lado. Não guardo rancor ao clube», explica, poucos dias após ter pisado o relvado dos dragões.

«Qualquer pessoa gostava um dia de jogar no Porto. Nunca se sabe o que pode acontecer.»