A FIGURA: Gaitán
Depois do Belenenses, voltou a marcar agora ao Astana. Apareceu a espaços na primeira parte, com alguns pormenores que levantaram as bancadas da Luz e a combater o amorfismo da maioria dos companheiros. Na segunda parte, muito do futebol dos encarnados passou pelos pés dele. Aos 51’ desbloqueou um jogo que estava a tornar-se muito complicado para a equipa de Rui Vitória. A 20 minutos do fim, podia ter bisado (num chapéu), mas a sua apetência pelos golos difíceis acabou por traí-lo. É o homem do momento na Luz. E como este Benfica precisa dele!
 
MOMENTO: golo de Gaitán contra a pressão (51’)
Um Benfica pouco inspirado e um Astana atrevido. A combinação perfeita para começar a ouvir-se alguma insatisfação vinda das bancadas. A abrir a segunda parte, a equipa cazaque ainda assustou num remate ao poste de Schetkin. O momento fez bem aos encarnados, que reagiram prontamente por Nico Gaitán. O argentino foi lançado por Mitroglou e rematou de pé esquerdo para o fundo das redes.
 
OUTROS DESTAQUES:
 
Mitroglou: o grego começa a cair no goto dos adeptos encarnados. Já leva quatro golos de águia ao peito e esta terça-feira mostrou que pode ser mais do que um homem de área. Serviu Gaitán para o primeiro golo e aos 57 esteve perto de ser ele a marcar, mas cabeceou ligeiramente ao lado após cruzamento de Nélson Semedo. Não foi ali, foi pouco depois. Aos 62’ só precisou de encostar após cruzamento rasteiro sublime de Eliseu.
 
Eliseu: sentiu algumas dificuldades para travar Dzholchiev no primeiro tempo, mas se pode dizer que tenha chumbado nesse capítulo. Incorporou-se sempre bem no ataque, formando uma boa parceria com Gaitán. Aos 62, serviu Mitroglou para o 2-0 e aos 87’ ofereceu o terceiro a Raúl Jiménez, que atirou ao lado. Num dos últimos lances do jogo quase fez o 3-0, num livre colocado travado por Nenad Eric.
 
Jonas: pertenceram a ele as principais ocasiões de golo dos encarnados no primeiro tempo. Sempre muito ativo no ataque, esta segunda-feira não teve o faro de golo de outras noites, mas não sabe jogar mal. Muito móvel no ataque, foi várias vezes atrás quando os encarnados estavam com dificuldades para fazer a diferença, principalmente nos primeiros 45 minutos. Saiu aos 73 minutos para dar entrada a Pizzi.
 
Samaris: exibição seguríssima do médio grego, que está a subir de rendimento depois de um início de temporada uns furos abaixo daquilo que pode dar. Foi o pronto-socorro quando o ataque do Astana tentava apanhar em contrapé o último reduto dos encarnados. Para isso teve de recorrer várias vezes à falta, mas não perdeu intensidade defensiva mesmo depois de ver o amarelo aos 40 minutos. Saiu aos 85 minutos.
 
Nenad Éric: provavelmente estaria à espera de ser posto à prova mais vezes mas, ainda assim, foi preponderante para manter vivo o sonho do Astana. Aos 30’ e aos 44’, ganhou por duas vezes no frente a frente com Jonas e, já nos descontos, evitou o terceiro a Eliseu. Sem culpas nos golos
 
Organização do Astana nos primeiros 45 minutos
Na véspera, o técnico da equipa cazaque, Stanimir Stoilov, tinha avançado com a receita para incomodar o Benfica: organização e disciplina. E o Astana foi tudo isso, mas só em metade do jogo: apesar de alguns calafrios, demonstrou segurança defensiva e teve o mérito de não estacionar o autocarro à frente da baliza. Bem distribuídos no campo, os homens de Stoilov ainda criaram algumas dificuldades ao último reduto dos encarnados, especialmente através das alas. Tivesse a bola ao poste de Júlio César logo a abrir o segundo tempo entrado (Schetkin) e o Benfica teria sido forçado a correr atrás do prejuízo perante uma equipa aguerrida que conseguiu disfarçar muitas das suas limitações.