O jogo cem do Vitória SC nas competições europeias foi significado de triunfo, mas faltou-lhe sabor. A equipa vimaranense venceu em casa o Hajduk, mas a vantagem pela margem mínima (1-0) foi insuficiente para dar a volta à desvantagem da 1.ª mão, em Split, em que os croatas venceram por três bolas a uma.

Anderson Silva abriu caminho ao triunfo logo aos cinco minutos, deu ânimo à equipa de Moreno, mas o resultado final ficou logo aí fechado. Apesar de estar por cima no jogo, o V. Guimarães não conseguiu empatar a eliminatória ficando-se pela 3.ª pré-eliminatória da Liga Conferência.

Com cinco mudanças em relação ao jogo de Chaves, promovendo três estreias no onze, Moreno viu a sua equipa ser superior esta tarde no D. Afonso Henriques, sendo que a derrota na Croácia acabou por ditar a passagem em frente do Hajduk.

Entrada a vencer abre estratégia

O cenário era conhecido, o Vitória viajou de Split com uma desvantagem de dois golos (3-1) a exigir uma tarde a roçar a perfeição. Pedia-se uma entrada forte dos vimaranenses, e foi precisamente isso que aconteceu com a equipa de Moreno a chegar ao golo logo aos cinco minutos, abrindo a eliminatória.

Ryoya Ogawa fez o cruzamento do lado esquerdo, Anderson Silva parou de peito, a bola até lhe escapou para trás, mas o brasileiro conseguiu enquadrar-se e, de forma pouco ortodoxa, rematou de pé esquerdo para o fundo das redes na meia lua. Remate forte a surpreender, inclusive Kalinic, que podia ter feito mais na baliza croata.

Na antevisão Moreno pediu “equilíbrio mental” e o golo apontado reforçou essa necessidade ainda mais. Veio ao de cima a componente tática, a ocupação dos espaços e a margem de erro reduzida de parte a parte. A meio da primeira parte Colina quase gelou o D. Afonso Henriques, ao aparecer isolado e em cima do intervalo Anderson Silva teve na cabeça a hipótese de fazer o segundo: chegou ligeiramente atrasado para a emenda.

Vermelho antecipa travão

O evoluir do cronómetro foi acicatando os ânimos, quezília aqui e quezília ali a ter repercussões no futebol jogado. Mesmo com este figurino, a equipa portuguesa dominou o jogo na segunda metade, jogou mais no meio campo adversário, mas ia sentindo dificuldades para criar lances de verdadeiro perigo ou encostar os croatas às cordas.

Jogava com o relógio o Hajduk Split, ganhou segundos em todos os momentos em que assim foi possível. E a verdade é que na reta final do encontro o Vitória sentiu a carga de jogos nas pernas. Sem 72 horas de intervalo após o triunfo em Chaves, a equipa de Moreno acabou nos limites físicos.

A tarefa já era complicada e mais ficou quando Tiago Silva viu o segundo amarelo a dez minutos do minuto noventa, limitando o último assalto da equipa portuguesa. Com alma, o V. Guimarães foi tentando, mas com mais coração do que cabeça.

Fica pelo caminho o conjunto vimaranense, mas saiu aplaudido pelos 15 mil espectadores presentes. Foi curta a aventura europeia vimaranense, que cai antes do play-off de acesso À fase de grupos.