Figura: Fábio Silva está nos dois golos escoceses

Grande exibição do português que está cedido pelo Wolverhampton. Fábio Silva chegou apenas em janeiro e não tem sido titular neste Rangers, mas foi esta noite e aproveitou a oportunidade, deixando a sua marca bem vincada no jogo, com participação direta nos dois golos com que os escoceses gelaram a Luz e teve ainda uma oportunidade soberana para marcar ele próprio o terceiro.

A verdade é que, a jogar sobre a esquerda o avançado formado no FC Porto esteve sempre muito em jogo. Foi ele deu início ao lance do primeiro golo, com um passe para Diomandé destacar-se na área, ir até à linha de fundo e cruzar para a finalização fácil de Lawrence. No segundo foi o próprio Fábio Silva que fez a assistência, depois de tirar Alexander Bah da frente, com um cruzamento bem medido para a Sterling fazer o 2-0. Já depois do Benfica ter chegado ao empate, Fábio Silva esteve muito perto de marcar, com um remate na pequena área que proporcionou a defesa da noite a Trubin. Uma permanente dor de cabeça para Alexander Bah.

Momento: empate ao minuto 69 por linha tortas

O Benfica já tinha tentado de tudo para voltar a empatar o jogo quando, aos 69 minutos, Goldson fez o que os avançados do Benfica ainda não tinham conseguido fazer com clareza. Na sequência de um livre tenso marcado por Di María, sobre a direita, o central, na tentativa de cortar a bola, acabou por cabecear com toda a convicção para o fundo das redes da própria baliza. Um golo que teve o condão de voltar a despertar as bancadas da Luz e ainda deu um novo impulso à equipa de Roger Schmidt que, até final, deu tudo para chegar à vitória, sem sucesso.

Outros destaques:

João Neves

Um grande jogo do pequeno grande médio que muitas vezes parecia estar a jogar sozinho. Nunca virou a cara a um lance, pelo contrário, deixou tudo em campo para ir a todas as bolas. Procurou desequilíbrios com passes bem medidos ou mesmo sair a jogar, com a bola nos pés, em drible, levando tudo à frente. Sem bola, tem um excelente sentido posicional que lhe permitiu recuperar muitas bolas e anular muitas das investidas dos escoceses. Deixou a Luz mais uma vez rendida, quando arrancou com uma bola em drible, fez tudo bem e serviu David Neres na área. O brasileiro não correspondeu ao lance do novo pequeno genial da Luz.

Di María

Um jogo extremamente emocional do argentino que jogou mais com o coração do que com cabeça em boa parte do jogo. Marcou praticamente todos os pontapés de canto do Benfica, a maioria da mesma forma, para o primeiro poste, para a entrada de António Silva. Um lance que foi certamente preparado no laboratório do Seixal, mas que não teve grande sucesso em campo esta noite. No lance do penálti, o momento mais sereno do argentino no jogo, o campeão do mundo atirou rasteiro, mesmo para o meio da baliza, com Butland a voar para a esquerda. A exibição de Di María ficou ainda marcada por um cartão amarelo que dá bem a ideia como o argentino viveu esta partida: com o jogo interrompido, derrubou um adversário para recuperar a bola mais rápido. Foi por muito pouco que não viu um segundo cartão amarelo já perto do final do jogo.

Tavernier

À semelhança de Di María, o capitão do Glasgow Rangers esteve em quase todos os lances de bola parada dos escoceses. Teve um livre frontal, mas atirou contra a barreira. Jogou a fechar o flanco esquerdo do Rangers, mas a verdade é que jogou mais tempo como extremo do que como lateral. Ajudou a defender, sim, mas esteve sempre mais focado em depois subir pela ala na resposta.

David Neres

Esteve sempre muito em jogo, teve muitas oportunidades para marcar, mas foi perdulário no capítulo da finalização. Destaque para um grande lance de João Neves, em que o médio baralhou toda a defesa escocesa antes de colocar a bola nos pés do brasileiro na área. Com as bancadas em suspenso, em vez de rematar de primeira, o brasileiro tentou ajeitar primeiro a bola e, para desespero dos adeptos, acabou por perder o tempo de remate. Já na primeira parte tinha tido uma ocasião soberana para marcar, a passe de Di María, mas atirou à figura de Butland.

Arthur Cabral

Muito pouco em jogo. Roger Schmidt já tinha dito que para um avançado jogar no Benfica não chegava marcar golos. Foi isso mesmo que faltou ao reforço que chegou da Fiorentina. Apareceu por duas ou três vezes na área, em zona de finalização, mas de resto esteve muito pouco em jogo.