O Arouca bateu a Académica por três bolas a duas na tarde deste sábado, garantindo a continuidade na quinta posição da Liga, isto numa altura em que ficam a faltar seis partidas para o final da prova.

O começo de jogo no Estádio Municipal de Arouca teve como claro protagonista o conjunto forasteiro. Os academistas, a lutarem de forma desesperante por escapar à descida de divisão, entraram com tudo e submeteram os arouquenses a pressão intensa no primeiro quarto de hora.

Atacando sobretudo pelo corredor esquerdo, onde hoje apareceu Rafael Lopes (acompanhado do outro Rafa, lateral-esquerdo), a Briosa meteu muita velocidade logo de início, aliando a essa característica uma capacidade de ter critério com bola e de pressionar bem na frente. Logo aos dez minutos, após uma incursão de Rafael Lopes pela esquerda, Marinho esteve perto de marcar, com o lateral arouquense Lucas Lima a impedir a festa do atacante academista na mesma jogada, em dois momentos diferentes.

No entanto, os academistas não tardariam a chegar ao golo: novamente pelo lado esquerdo, Rafa Soares, lançado em profundidade por Rafael Lopes, assistiu Pedro Nuno que, com um toque de classe e um remate colocado de pé esquerdo, apontou o primeiro da partida.

Estavam lançados os dados para uma primeira parte muito agitada, com o Arouca a responder pouco depois: minuto 18, canto na direita, com Artur a cruzar para área, Gegê ajeitou de calcanhar e Jubal, completamente sozinho na pequena área, atirou de pé direito para o empate do quinto classificado.

O jogo continuou numa toada de grande equilíbrio, com o Arouca no entanto a ganhar ascendente nos últimos 15 minutos da primeira metade. Essa subida de rendimento confirmou-se entre os minutos 39 e 43, com a equipa da casa a passar a ter a vantagem e logo de dois golos.

O segundo do Arouca surgiu novamente na sequência de um canto do lado direito. Artur cruzou para o centro da área, Jubal não chegou de cabeça e a bola sobrou para Lucas Lima que, à entrada da área, atirou colocado de pé esquerdo para o fundo das redes academistas.

Volvidos quatro minutos, numa transição rápida e de pé para pé, começou-se a desenhar um desfecho feliz para a turma de Lito Vidigal, com Mateus a lançar Adilson na área e este a assistir Artur que, com toda a calma e tempo do mundo, temporizou no meio da área e rematou para o terceiro do Arouca. Ao intervalo, ficava a sensação clara de que o Arouca merecia a vantagem, aproveitando as desatenções defensivas contrárias e sendo sobretudo mais eficaz que uma Académica que durou apenas 15 minutos.

Gonçalo ainda agitou mas serviu de pouco…

No regresso dos balneários, e pese embora a Académica estivesse em desvantagem no marcador, Filipe Gouveia não optou por mudar peças na equipa conimbricense. O reinício de partida foi muito travado, com faltas sucessivas e com o árbitro Carlos Xistra a começar a tirar os cartões do bolso…

Pouco antes de completarmos o primeiro quarto de hora do segundo tempo, Gouveia finalmente decidiu mexer na equipa, efetuando duas substituições lógicas (Hugo Sêco entrou para o lugar de Marinho e Gonçalo Paciência para o lugar de Rabiola).

E, em abono da verdade, as substituições operadas pelo técnico academista surtiram efeito quase imediato. Mais concretamente cinco minutos. Gonçalo Paciência recebeu um passe longo em plena área arouquense e, perante a passividade de Hugo Basto e a incompreensão de Bracali, atirou ao de leve de cabeça para o fundo das redes do brasileiro.

A Briosa foi procurando reagir, pegando mais na bola mas ia faltando calma e critério na hora da decisão. O Arouca procurou resguardar-se e apostar mais na contraofensiva, como aliás costuma fazer neste tipo de circunstâncias. Mateus ainda esteve perto do quarto golo após boa transição dos arouquenses mas Nii Plange acabou por salvar a Académica de mais um golo sofrido.

A turma da casa acabou assim por garantir o essencial, depois de um jogo que até começou tremido. Mais uma prova da fibra e da raça deste seríssimo candidato à Europa. Quanto à Briosa, a vida vai-se complicando cada vez mais à medida que as jornadas vão passando…