A matemática ainda deixa tudo em aberto, mas começa a ficar difícil imaginar como ainda pode o Gil Vicente salvar-se.
 
Depois da derrota em Arouca, e atendendo ao calendário especialmente difícil que aguarda os barcelenses nesta reta final (receção ao Benfica e viagem ao Dragão...), era praticamente obrigatório para o Gil ganhar esta partida com o Sp. Braga. No mínimo, somar um ponto que fosse.
 
Para mais, a derrota do Arouca, horas antes, em Guimarães, dava tónico suplementar ao conjunto de José Mota: em caso de vitória, ficaria a apenas um ponto da «linha de água».
 
Ora, o que sucedeu? Ao quarto de hora de jogo, o Gil já perdia por 0-2. Assim, de facto, será difícil que este galo não caminhe rumo à perdição.
 
Zé Luís, avançado do Sp. Braga, faturou dois golos nos primeiros 15 minutos: primeiro em grande penalidade (Adriano quase chegava lá), depois a rematar de ângulo difícil, agradecendo desatenção de Pecks e bom passe de Rafa.
 
É claro que a crónica desta vitória bracarense não se constrói, apenas, com a incapacidade gilista. Obviamente que não. Mas tendo em conta a urgência de uma outra resposta da formação da casa, teve que se começar por aí.
 
O «regresso» do Braga vitorioso
 
Sérgio Conceição não esteve no banco (um novo descontrolo emocional do técnico após o empate com a Académica levou a mais um castigo), mas o ADN deste Sp. Braga esteve bem presente no relvado do «Cidade de Barcelos»: qualidade, boa circulação, saídas rápidas de Pedro Santos e Rafa, capacidade concretizadora de Zé Luís.
 
Até pareceu fácil, pelas falhas coletivas do Gil, mas não foi assim tanto.
 
Este jogo, não tendo sido um domínio claro e avassalador do Sp. Braga (não é esse o estilo de jogo dos arsenalistas), deixou bem claras as diferenças de nível dos dois contendores.
 
Depois do desastre inicial (0-2 aos 15), o Gil foi-se recompondo. Pela meia hora, começou a sonhar com um golo pelo menos (os livres de Rúben Ribeiro) e pelos 40 quase fez o 1-2 (o tiro à barra de Jander).
 
AO VIVO E FICHA DO JOGO
  
O Gil dava sinais de vida, mas nem assim se imaginava outro cenário que não fosse o triunfo bracarense em Barcelos.
 
Depois de um mês inteiro sem ganhar (o último triunfo havia sido a 28 de fevereiro, em Vila do Conde, 0-2), o Sp. Braga esqueceu o jejum de março e começou abril com uma vitória clara.

E quase foi para intervalo com 0-3: Micael, Pedro Santos e Rafa construíram lance de enorme perigo.

Gestão controlada no segundo tempo
  
O segundo tempo confirmou tendências. Os dois golos davam relativa tranquilidade ao conjunto mais forte.

O Braga foi gerindo, sem entrar em riscos desnecessários. O Gil, sem baixar os braços, continuando a tentar alguns ataques, não revelava, na verdade, força suficiente para dar a volta à situação.

José Mota ainda tentou agitar, lançando no jogo, de uma só vez, Caetano e Piqueti. Mas os milagres são raros e este Gil Vicente não mostra forças para uma salvação do tamanho de uma viragem de 0-2 para 3-2 frente ao Sp. Braga.

O resultado ficou, assim, na mesma: vitória bracarense por dois golos.

O mais forte ganhou e nem precisou de sofrer assim muito.