Marítimo-Sporting, 0-1 (crónica)

*por Tomás Faustino

O Sporting mantém-se na liderança do campeonato após vencer o Marítimo, num jogo em que a equipa de Jorge Jesus voltou a revelar alma e carácter suficientes para compensar alguma falta de inspiração colectiva e levar de vencida um adversário que causou bastante dificuldades.

Jorge Jesus já tinha avisado que este Marítimo era uma das equipas mais fortes do campeonato e a verdade é que os primeiros minutos foram intensos, com ambas as equipas a surgirem com relativa facilidade junto das áreas contrárias. Ainda não estavam decorridos os 10 minutos iniciais e já Gelson, Dyego Sousa, Ghazaryan e Montero haviam criado perigo, sem contar com João Mário que, com tudo para fazer golo, escorregou com a bola e viu a oportunidade perder-se. A melhor oportunidade do Marítimo na primeira parte surgiria ao quarto de hora, num canto batido por Ghazaryan para o coração da área onde há um primeiro desvio que faz a bola sobrar para Marega, ao segundo poste, rematar para uma fantástica intervenção de Rui Patrício, levando a bola a subir e a chegar até Dirceu, que cabeceou ao lado.

O Sporting abalou um pouco e passou por um período de ligeiro desnorte, falhando no último passe e revelando dificuldades em sair a jogar quando o adversário fazia pressão compacta, em bloco. Mas, pouco a pouco, o Sporting foi assentando o seu futebol e à passagem da meia hora teve tudo para alcançar a vantagem: recuperação de bola de Montero, passe para João Mário, cruzamento atrasado para Adrien e este oferece o remate a Ruiz. À entrada da área, o costarriquenho remata forte, mas Salin defende para a frente e na recarga a bola desvia num defesa, acabando por ‘morrer’ nas mãos do guarda-redes verde-rubro.

Até ao intervalo o resultado mantinha-se incerto, mas a intensidade já não era mesma e a igualdade justificava-se pelo domínio alternado entre ambas as equipas.

A abrir o segundo tempo, o Sporting colocou-se em vantagem no marcador. João Mário arrancou pela direita, tirou Patrick do caminho com uma simulação e cruzou atrasado para remate triunfal de Adrien Silva. O Marítimo tentou reagir, mas as coisas não saíam e o jogo directo estava a beneficiar o Sporting que, fazendo uma gestão do resultado, sorria ao ver o tempo passar.

Passada esta fase, a equipa verde-rubra voltou a encontrar forças para desequilibrar no último terço adversário e aos poucos foi somando lances de perigo junto da área de Rui Patrício. Na melhor oportunidade, Dyego Souza obrigou o guarda-redes leonino a mais uma grande intervenção depois de um cruzamento da direita. Até ao fim o Marítimo nunca desistiu de procurar a igualdade, mas com maior ou menor dificuldade os leões de Alvalade foram resolvendo as situações de maior perigo e acabaram por vencer num terreno em que o seu perseguidor directo na tabela perdeu pontos.