No seu jogo 80 na Liga, o Arouca conseguiu a segunda vitória consecutiva em casa, numa partida em que foi o Estoril a ter mais iniciativa de jogo. Valeu ao conjunto de Lito Vidigal a eficácia na primeira parte, quando chegou à vantagem quase sem fazer por isso, enquanto do lado estorilista a tentativa de resposta esbateu-se com a expulsão de Diego Carlos, aos 58 minutos.

Depois de um início de campeonato interessante, não parece haver forma de os canarinhos entrarem na linha, e regressarem às vitórias, que já fogem desde Setembro. Dez jornadas volvidas, o Estoril contabiliza cinco empates e outras tantas derrotas.

Fabiano Soares tinha prometido que a sua equipa ia a Arouca para tentar ser feliz. Depois de nove jornadas sem saborear os três pontos, com cinco empates e quatro derrotas, a verdade é que ninguém pode afirmar que os jogadores estorilistas não fizeram por cumprir a promessa do técnico brasileiro.

Com mais iniciativa atacante e o fio de jogo possível num terreno muito maltratado pela chuva que não deu tréguas em Arouca, o Estoril foi a equipa que, durante os primeiros 45 minutos, mais fez para ir em busca do golo. Mas a verdade que faltou sempre aos seus dianteiros mais tranquilidade para aproveitar as bolas que foram chegando à área. De longe, sobretudo através de livres diretos batidos por Diego Carlos, o conjunto da linha também foi testando Bracali, que respondeu sempre com eficácia.

E se a eficácia defensiva foi sendo garantida, em última instância pelo guardião brasileiro, o que dizer da produtividade atacante? Resumindo: um remate, de grande penalidade, e um golo. Simples… e eficaz, lá está.

A atravessar um momento tranquilo, a equipa de Lito Vidigal passou o primeiro tempo na expectativa. Entregando deliberadamente a iniciativa ao adversário, as tentativas arouquenses de chegar à baliza adversária passaram quase exclusivamente pelo recurso à velocidade de Ivo Rodrigues, no flanco esquerdo.

E seria num desses lances que o extremo cedido pelo FC Porto arrancaria o penalty, ao ser derrubado por Anderson Luís. Chamado a converter, David Simão não enjeitou a oportunidade e atirou sem hipótese de defesa para Kieszek.

Se antes a estratégia da equipa da casa já passava por explorar possíveis erros do Estoril, em vantagem, essa opção tornou-se ainda mais clara. Não se estranhou, por isso que, até ao intervalo, continuasse a ser o Estoril a ter mais iniciativa de jogo.

No vermelho… Estoril teve de parar

A etapa complementar parecia seguir a mesma toada de ataque do Estoril e expectativa do Arouca. Porém, à passagem do minuto 58, após um lance que Ivo Rodrigues quase transformou em golo, Diego Carlos, o capitão estorilista, foi expulso, alegadamente por palavras dirigidas ao árbitro.

Em vantagem numérica, a atitude dos jogadores do Arouca mudou, passando a pressionar o adversário mais à frente, e circulando a bola durante mais tempo. Essa mudança traduziu-se em mais oportunidades de golo, mais uma vez, sobretudo, através da velocidade de Ivo Rodrigues.

Nesse período, o Arouca até se pôde dar ao luxo de ser exatamente o contrário daquilo que tinha sido no primeiro tempo, desperdiçando oportunidades de forma quase escandalosa. Que o digam Maurides e Velázquez, que podem partilhar as culpas pelas suas perdidas com o relvado, mas que tinham obrigação de dar tranquilidade absoluta à equipa da serra da Freita, quando surgiram na cara de Kieszek.

A verdade é que não fez falta, e o Arouca já chegou aos 23 pontos, uma soma muito interessante para a equipa de Lito Vidigal. O Estoril é que vai ter de continuar a procurar a sua sorte porque ainda não foi em Arouca que a encontrou.