O Nacional demonstrou dignidade e capacidade de superação no primeiro jogo após a confirmação da descida. A formação madeirense empatou no Estádio do Bessa (2-2) e esteve perto de uma vitória que premiaria o seu desempenho.

O Boavista, já sem a motivação de jornadas anteriores, contenta-se com um singelo ponto.

15 anos depois, com as competições europeias pelo meio, o Nacional da Madeira regressa ao segundo escalão do futebol português. Mas esse é um cenário para a próxima época, de qualquer forma. Até lá há calendário para cumprir e dignidade para comprovar.

Libertos de pressão (e com as suas carreiras igualmente em causa), os jogadores visitantes entraram no relvado do Estádio do Bessa com poucos sorrisos mas determinados a deixaram uma imagem positiva. Conseguiram isso mesmo, estando por duas vezes em vantagem no duelo com o Boavista.

Numa etapa inicial onde a eficácia foi a nota dominante, Mezga (uma das novidades no onze de João de Deus) inaugurou o marcador ao minuto 29. Iuri Medeiros respondeu com uma bela tabela e o golo do empate, pouco depois.

A primeira parte não terminaria sem mais dois golos. Respondendo ao belo movimento axadrezado, a equipa madeirense chegou a nova vantagem com um grande cruzamento de Ricardo Gomes, a que Hamzaoui respondeu da melhor forma.

Em cima do intervalo, Bukia conquistou um penálti após mau domínio de Washington (ficam algumas dúvidas sobre a falta assinalada ao brasileiro) e Fábio Espinho aproveitou para restabelecer a igualdade. Resultado justo no fim da primeira metade.

Miguel Leal não estava satisfeito com o filme do jogo e optou por uma troca para o reatamento: sacrificou Makhmudov para dar mais agressividade ao meio-campo com Carraça. Seria o próprio Carraça a obrigar Adriano a defesa apertada na sequência de um remate forte, de livre direto.

Com uma hora de jogo assistiu-se a um lance que entra para o livre de anedotas desta Liga: Adriano Facchini saiu da área para cortar a bola mas falhou por completo. Iuri Medeiros dominou e serviu Schembri em zona de finalização. O maltês, porém, perdeu demasiado tempo e, com a pressão de Victor Garcia, nem acertou na baliza!

Adriano sairia pouco depois por lesão e Schembri daria o seu lugar ao gigante Idé (2,04 metros). Pelo meio, Mezga disparou para bela defesa de Vagner. Os adeptos do Boavista queriam mais e os jogadores do Nacional também. Jogo partido, sem grandes preocupações defensivas, em busca da vitória.

Essa toada acentou-se para o lado visitante, com o Nacional a dominar a reta final do encontro, perante a insatisfação dos locais. Um ponto acaba por ser curto para o que os madeirenses fizeram e lisonjeiro para um Boavista que assinou um desempenho cinzento.

Um ponto premeia a abnegação do Nacional, livre da sufocante pressão, e castiga uma formação axadrezada que já demonstrou ser capaz de mais e melhor.