A luta pelo bilhete no comboio europeu aqueceu a gelada noite vilacondense e, numa clara execução do ditado que diz que a vingança se serve fria, o Estoril devolveu os três golos que o Rio Ave lhe aplicou em janeiro para a Taça de Portugal.

Num encontro em que o vento dos Arcos acabou por não ser grande protagonista, os estorilistas conseguiram a terceira vitória fora de casa. Merecida, é certo, mas talvez um pouco dilatada para aquilo que foi a diferença das equipas em campo.

Uma vitória levaria os rioavistas de volta ao 5.º lugar, agora ocupado pelo Arouca. Já para o Estoril, ganhar permitia subir um degrau, até ao 8.º lugar, ficando a três pontos do 6.º lugar, o último que dá acesso a Europa.

O Estoril entrou melhor no jogo. Assumiu a posse de bola na primeira metade da primeira parte e conseguiu criar várias ocasiões de perigo junto da baliza de Cássio. Com Mattheus a subir pelo corredor esquerdo e Gerso pelo direito, as bolas iam chegando em condições a Mendy e Leo Bonatini na frente. Remates ao lado, intervenções de Cássio e alguns cortes providenciais de Marcelo, deixavam antever que o golo era apenas uma questão de tempo.

Do outro lado, o Rio Ave denotava algum desgaste e, sobretudo, falta de inspiração. A formação da casa tentava, mas raramente conseguia chegar em condições à área adversária e era de bola parada que mais conseguiam incomodar Kieszek.

Aos 26 minutos, o inevitável aconteceu. Cruzamento de Gerso para Mendy na área. Este saltou com Cássio, mas o guarda-redes ainda conseguiu afastar a bola que sobrou para Mattheus rematar, com o guardião vilacondense ainda caído. A bola ainda bateu em Marcelo antes de entrar. Estava aberto o marcador.

O Rio Ave reagiu bem e passou a morar no meio campo adversário. Aos 30 minutos, Tarantini saltou na área com os defesas e foi atingido pelo cotovelo de Diego, mas o árbitro nada assinalou.

E viria a ser o capitão do Rio Ave quem, ao cair do pano da primeira parte, teria a melhor ocasião de golo para a formação da casa ao cabecear na área na sequência de um canto, obrigando Kieszek a uma grande defesa.

Pedro Martins mexeu no jogo ao intervalo, a ver se a equipa conseguia chegar ao tão procurado golo, e o Rio Ave entrou na segunda parte melhor no jogo. Postiga obrigou Kieszek a mostrar o que vale com um remate na área. E logo a seguir, num excelente lance de contra-ataque, Anderson Luís cruzou para a área, e a bola passou por toda a gente, até chegar a Mattheus, que estava em noite goleadora e apareceu bem à boca da baliza para rematar de primeira para o 2-0.

E cinco minutos depois, o Estoril aumentava a vantagem. Bonatini recebeu uma bola perdida de Pedrinho, a encaminhou-se para a área e depois caiu junto a Edimar. O árbitro assinala grande penalidade por alegado pisão do defesa vilacondense. Na cobrança, Bonatini não perdoou.

Desde então, a iniciativa atacante do jogo coube ao Rio Ave que, até ao final, não desistiu de procurar o golo, com Krovinovic e Heldon, que entraram ao intervalo, em grande evidência . E maior superioridade teve após a expulsão de Diego aos 79 minutos.

Aos 81 minutos, Postiga saltou mais alto na área e fez o golo de honra do Rio Ave, que só ficou sozinho no marcador porque Kieszek respondeu em grande a todos os remates (e não foram poucos) que se seguiram.