Massacre ofensivo, golo e gestão das emoções; emoções que se chegaram a descontrolar no final. É esta a versão simplificada do filme do triunfo do FC Porto (0-1) em Moreira de Cónegos, num estádio em que nas últimas seis deslocações os dragões apenas ganharam uma vez, somando quatro empates e uma derrota. Evanilson apontou o golo do FC Porto, ainda na primeira parte e é o rosto do triunfo.

Entrando em campo com o Sporting a apenas três pontos e a meio de uma eliminatória europeia com a Lazio, os azuis e brancos foram extremamente competentes e cumpriram o plano traçado. Entrada fortíssima em campo a provocar várias faíscas até à chama consequente ao  golo do brasileiro, o 14.º da temporada.

Em vantagem, o conjunto de Sérgio Conceição controlou depois as operações. Procurou a tranquilidade, que acabou tremida no final. Arrecadou os três pontos no regresso ao campeonato após o ríspido duelo com os leões e na véspera da deslocação a Roma.

Caixa de fósforos em chamas após as faíscas

Desde cedo o FC Porto mostrou ao que vinha em Moreira de Cónegos. Reduziu o jogo a escassos metros no meio campo do Moreirense e carregou impondo a sua lei. Muitos cruzamentos, vários pontapés de canto, livres e tentativas de isolar os homens da frente.

Numa espécie de caixa de fósforos no reduzido reduto cónego, a equipa de Sérgio Conceição fez muita faísca. Assédio constante e muitos protestos a criar um efeito de subjugação num Moreirense que ia resistindo como podia em frente a sua área, com pouca acutilância para se libertar das amarras e sair em contragolpe.

Pasinato ainda foi segurando os cónegos com duas intervenções preponderantes, mas os cónegos acabaram por sucumbir a cinco minutos do intervalo. Deu frutos a espécie de massacre territorial portista através de Taremi pela esquerda, que fugiu a Artur Jorge e deu a Evanilson o golo de mão beijada. O avançado brasileiro aproveitou e fez eclodir o topo do recinto do Moreirense.

O dragão conseguiu fazer chama, ainda que tenha tremido nos instantes finais. Godinho assinalou penálti para o Moreirense, mas alertado pelo VAR, o árbitro viu o toque em Fábio Cardoso no decorrer da jogada e anulou o castigo máximo.

Controlo das labaredas, que chegaram a ameaçar

Na frente do marcador, o FC Porto abrandou o ritmo. A segunda metade do jogo foi mais comedida no que ao assédio diz respeito. Os azuis e brancos não deixaram de estar por cima, nem deixaram de procurar o golo. Mas, à boleia da vantagem, fizeram-no de forma mais pensada, com mais metros para trabalhar o seu jogo e de uma forma mais controlada. O FC Porto construiu mais a partir de trás e, sobretudo, com menor margem de erro.

Um jogo mais seguro até para evitar uma maior exposição a uma eventual reação do Moreirense. Com bola a todo o comprimento do terreno houve mais tranquilidade e o FC Porto fez por controlar as labaredas da primeira metade. Labaredas que chegaram a ameaçar. Para dar equilíbrio ao meio campo, o técnico dos dragões trocou o amarelado Uribe por Grujic, mas o sérvio viu dois amarelos em oito minutos e complicou a estratégia. Valeu aos azuis e brancos que Steven Vitória viu dois amarelos em segundos, e igualou as forças para a reta final.

Num livre direto André Luís ainda atirou a bola ao ferro com estrondo, e Derik esteve na cara de Diogo Costa, mas o guarda-redes segurou o triunfo. As hostes portistas respiraram de alívio juntamente com o último sopro de Luís Godinho. O Moreirense volta a cair para a linha de água com este desaire.