Cimeira a norte entre o Sp. Braga e o Benfica. Guerreiros e águias bateram-se pelo terceiro lugar, um embate com cheiro a Liga dos Campeões que sorriu ao Benfica (0-2) com a sociedade Rafa & Seferovic a funcionar. A dupla marcou os golos do triunfo encarnado e assinaram as assistências para golo na noite em que o Benfica ultrapassou o Sp. Braga no sinal vermelho.

Num jogo até então encaixado, o Sp. Braga jogou sensivelmente cinquenta minutos em inferioridade numérica devido à expulsão de Fransergio, por acumulação de amarelos, sendo esse um momento determinante para o desfecho do jogo. Só depois da expulsão os encarnados deram expressão às ameaças que vinham a ensaiar.

A jogar com um alinha de três defesas centrais, a exemplo do que fez contra o Sporting e o Arsenal, os encarnados demonstraram respeito pelos bracarenses e amealham os três pontos, que valem a ultrapassagem ao Sp. Braga na tabela classificativa. Com o empate em Famalicão e esta derrota, os arsenalistas caem do segundo lugar para fora do pódio.

Quarta jornada consecutiva a vencer do Benfica, assinando triunfos sem sofrer qualquer golo. Helton Leite está há quinhentos minutos sem ir ao fundo das redes, sendo esse mais um apontamento que atesta o bom momento da equipa de Jorge Jesus no campeonato.

Respeito, vermelho e golo no soar do gongo

O respeito entre as duas equipas à flor do relvado foi evidente, tal como os onzes iniciais deixavam antever. Sp. Braga e Benfica pouparam na dose de ousadia, tentando compensar com uma maior porção de organização, apostando sobretudo no erro do adversário e na pressão para tirar dividendos.

Neste cenário, foi mais espevitado o Benfica, somando mais momentos de frisson, ainda que sem um domínio claro do jogo. Aos onze minutos Grimaldo esteve na cara de Matheus, isolado por Waldschmidt, mas a mancha do guarda-redes valeu o retardar do golo. Pouco depois foi revertido um castigo máximo pelo VAR, Seferovic estava em posição irregular quando se isolou perante Matheus, ficando muitas dúvidas quanto ao pretenso derrube do guarda-redes.

Esta equação ganhou uma nova variante a seis minutos do intervalo, momento em que o Sp. Braga ficou em inferioridade numérica. Fransergio, o capitão de equipa, foi expulso por acumulação de amarelos, mudando por completo o rumo do jogo

Carvalhal mexeu de pronto, tirou Abel Ruiz e reorganizou a equipa com a introdução de João Novais no jogo, mas o Benfica chegou ao golo numa das últimas jogadas da primeira metade. Bola longa de Vertonghen, Seferovic dividiu com Bruno Rodrigues e isolou Rafa que com um remate convicto de pé direito atirou a contar.  

Chocolate suíço a resolver depois do abanão

Tarefa simplificada para o Benfica com o golo marcado nos descontos da primeira parte, em cima do intervalo. Em desvantagem numérica e em desvantagem no marcador, o Sp. Braga tinha uma tarefa hercúlea pela frente. Ainda assim, não baixou os braços a equipa de Carvalhal.

Aos seis minutos da segunda parte João Novais pôs a funcionar uma das suas especialidades e na cobrança de um livre direto deixou um sério aviso ao Benfica. Remate com estrondo ao travessão. Reagiu o Benfica com os papéis invertidos. Desta feita foi Rafa a isolar Seferovic para o suíço fazer o segundo dos encarnados e arrumar com a questão.

Foi como que um chocolate suíço a arrumar com o jogo depois do abanão, fazendo o Benfica ascender ao terceiro lugar, a três do FC Porto. Após nove jornadas sem perder, sendo a equipa que estava há mais tempo sem conhecer o sabor da derrota, os guerreiros sucumbiram e voltaram a ficar em branco tal como tinha acontecido no terreno do Paços de Ferreira, a 16 de janeiro.

Triunfo que acaba por se justificar por parte do Benfica, beneficiando das vicissitudes do jogo para ascender ao pódio da Liga perante um Sp. Braga que nas últimas duas jornadas saltou do segundo lugar para o quarto posto.