FIGURA: BRAHIMI
Segura, perfura, desmonta, abre na direita e aparece na área ainda a finalizar. Assim se resume o primeiro golo do FC Porto, obra perfeita de Yacine Brahimi, um artista argelino. Nas tardes em que as ideias não abundam, a influência de Brahimi no jogo do FC Porto é ainda maior. Depois de ter feito falta sobre Coentrão, Casillas puxou-lhe as orelhas e Brahimi não gostou. Saíram os dois amuados para o intervalo.  

MOMENTO: minutos 60, Alex Telles salva o dragão
Um corte a valer três pontos. Telles esticou-se, esticou-se e impediu que a bola cruzada por Coentrão chegasse ao pé esquerdo de Carlos Vinícius. E ao golo.  

MENÇÃO HONROSA: CARLOS VINÍCIUS
Este senhor não engana. É jogador para outro patamar, é jogador para equipas que lutam por campeonatos. Alto, esquerdino, muito bom tecnicamente. A forma como se desmarca e finta Iker Casillas no primeiro golo da tarde é fantástica. O Nápoles estava atento e contratou-o ao pequeno Real Massamá. A questão é esta: para onde estavam a olhar os maiores clubes portugueses? Craque. Ponto.

CRÓNICA DO JOGO: recorde históricos e Fantasmas do Natal

OUTROS DESTAQUES:

DRAGÃO CHEIO

Assim, sim, vale a pena ir ao futebol. Tarde de sol, horário fantástico, estádio cheio. Sem surpresa. Mais de 48 mil pessoas assistiram ao vivo o FC Porto-Rio Ave. À atenção dos responsáveis. As pessoas continuam a amar esta modalidade, mas amam um bocadinho mais a horas decentes.

MAREGA
As palavras do costume. Trapalhão? Sim senhor. Precipitado? Não raras vezes. Inestético? Pois claro. Mortífero? Olha o Moussa. Goleador? É ele, é ele. A forma como recebe, protege a bola e aproveita a fragilidade de Nélson Monte no golo é louvável. Um golo «à Marega». E já leva 14 esta época. Deixem o homem jogar como quer, mesmo que por vezes pareça que a banda sonora mais adequada é a dos filmes de Charlot. Mudos.

ÉDER MILITÃO
Compensou um erro de Danilo, salvou um passe errado de Alex Telles, dobrou Felipe e Maxi. Promnto-socorro, 112, proteção civil, qualquer uma das designações assenta bem ao internacional brasileiro. Um jogo imaculado, apesar da dificuldades tremendas impostas por Carlos Vinícius.

FÁBIO COENTRÃO
Assobiado, sempre, do princípio ao fim. Afetado? Nem por sombras. Fez um grande jogo no relvado do Dragão. Primeiro na esquerda, depois a cair sobre a direita, mas sempre com liberdade para criar. Continua a ser um excelente executante e a ter aquela raça que só se encontra nas Caxinas. Acabou expulso, com um segundo amarelo, depois de uma confusão com Maxi Pereira. E o Dragão celebrou como se fosse mais um golo.

ALEX TELLES
Está aqui pelo corte absolutamente decisivo aos 60 minutos, a roubar o golo a Carlos Vinícius? O resto? Instável, à imagem do que têm sido os seus últimos meses.

DANILO
Não pareceu minimamente limitado pela lesão sofrida na Taça de Portugal. Importante na recuperação e na forma como quis transportar a equipa para a frente nos piores momentos. Dois cabeceamentos perigosos e um remate de pé esquerdo, ainda de fora da área, a ameaçar Jardim.

GABRIELZINHO
Flecha venenosa, forte na procura das diagonais e dos passes de rotura. Incomodou Maxi até ao fim e andou perto do golo num par de situações. Rápido e habilidoso, um extremo interessante.

BUATU
O angolano tem muitas deficiências técnicas, mas fez um jogo limpo no Dragão e foi o melhor do setor recuado do Rio Ave. Um reparo: perdeu com Soares a bola aérea que acabou a dar o golo a Brahimi.

SCHMIDT, TARANTINI e JAMBOR
Três médios, todos inteligentes e fortes na circulação. Conseguiram fazer o Rio Ave maior do que o FC Porto na fase final do primeiro tempo. Tentaram tratar sempre a bola e manter a circulação. Exibições convincentes.