Sangue, suor e Matheus Nunes no triunfo do Sporting na pedreira (0-1). O homem dos grandes jogos foi lançado ao intervalo e abanou com as redes no único remate enquadrado que o Sporting fez em todo o jogo, dando uma vitória tão sofrida quanto saborosa aos leões no terreno do Sp. Braga.

Em inferioridade numérica desde cedo, a partir dos dezoito minutos devido à expulsão de Gonçalo Inácio, cedo os leões foram subjugados pelo Sp. Braga. Em vários momentos terão pensado em como iriam arranjar forças para segurar o nulo no marcador num jogo em que o Sp. Braga passou a ter mais responsabilidade a partir da expulsão.

Numa bola parada, um lance em tudo idêntico ao que valeu a conquista da Taça da Liga frente a este mesmo Sp. Braga, a estrelinha do leão teve a forma de Matheus Nunes. O médio brasileiro, que já tinha resolvido outros jogos de grau de dificuldade elevado, disferiu o remate certeiro que valeu o triunfo ao Sporting.

Já se faziam contas a nova perda de pontos por parte dos leões, mas um lance definiu o jogo. Dominou o Sp. Braga, mas faltou astúcia para dar mais expressão a tamanho caudal ofensivo. à condição, o Sporting fica com sete pontos de vantagem para o segundo lugar. 

Leão enjaulado

Apareceu em campo com a lição bem estudada o Sp. Braga. Deu a iniciativa ao Sporting, mas um cedência venenosa para pressionar alto, provocar o erro e rapidamente tentar ferir a equipa de Rúben Amorim. Uma estratégia que ficou bem vincada desde os instantes iniciais do encontro.

Mudou, contudo, o paradigma a meio da primeira parte. Em apenas nove minutos Gonçalo Inácio viu duas cartolinas amarelas e deixou o Sporting em inferioridade numérica. Manteve-se o jogo no meio campo leonino, mas desta vez com a bola a estar do lado do Sp. Braga que se lançou para o ataque de forma mais declarada.

Somou várias aproximações à baliza potencialmente perigosas a equipa de Carlos Carvalhal, mas faltava o engenho para as traduzir em oportunidades reais, como no lance em que Ruiz ao tentar driblar Adán alargou demasiado a finta e perdeu ângulo de remate. Entre defesas do guarda-redes e cortes de Coates o conjunto de Alvalade foi-se aguentando.

Para amostra apenas um lance ofensivo, quando ainda estavam onze para onze. Na sequência de um canto Paulinho cabeceou ligeiramente ao lado. Pote ainda tentou a emenda ao segundo poste, mas sem sucesso.

Matheus Nunes solta as amarras

Nuno Santos e Paulinho ficaram-se pelo banco ao intervalo, a equipa técnica de Ruben Amorim, que viu o jogo nos camarotes, equilibrou a defesa com Neto e acrescentou Matheus Nunes à manobra ofensiva para tentar explorar a mobilidade do médio brasileiro.

Com o sentido de maior obrigação de atacar o jogo por parte do Sp. Braga, por estar em superioridade numérica, o conjunto de Carvalhal relegou os leões ao seu meio campo, sempre com uma enorme dose de calculismo para evitar dissabores. Desgarrado, com a noção de que pouco tinha atirar do jogo, o Sporting foi-se agarrando ao nulo.

O cerco arsenalista foi-se intensificado com o evoluir do cronómetro, resistiu como pôde o leão, com um Coates sobre-humano na defesa e Adán inspirado quando foi preciso a travar alguns remates do Sp. Braga.

Até que já perto do final do encontro, ao minuto 81, o Sporting foi buscar a estrelinha por Matheus Nunes. Lance idêntico ao que deu a Taça da Liga aos leões, também frente ao Sp. Braga, a culminar com o remate cruzado com contornos triunfais para o conjunto de Alvalade.

Não conseguiram segurar os festejos os jogadores do Sporting pós o apito final. Festa tremenda. De um jogo em que os leões pareciam não ter condições para tirar mais do que o empate, valeu a alma, ou a estrelinha, a carimbar os três pontos num terreno difícil.