Paulo Sérgio reforçou esta terça-feira a ideia de que não está agarrado ao lugar e que não colocará entraves caso a direção decida despedi-lo. A reação vem na sequência dos protestos de um grupo de adeptos que entrou na academia, quando a equipa treinava à porta fechada, e invetivou o técnico.
 
«É uma situação difícil de gerir, mas a mim ofende-me quem eu deixo ou quero. É desagradável, mas o que mais preocupa é que isso influencia o rendimento dos atletas», avisou, voltando um pouco atrás na sequência dos acontecimentos:
 
«Tivemos um jogo com o Paços em que os adeptos tiveram um comportamento excelente, quiçá o desempenho da equipa tenha ajudado, e, agora, sem que nada o fizesse prever, tivemos uma péssima exibição em Guimarães.»
 
«As pessoas estão mal informadas, estão enganadas. Têm locais próprios para se manifestarem, mas acho que têm de ajudar os atletas. Ao fazerem isto, estão a prejudicar os jogadores. Eu sofro junto, apanho a pancada junto, não sou de partir. Defendo a Académica, o meu trabalho, e os meus jogadores. O adepto deve ajudar o jogador a que ele possa desenvolver a sua atividade», completou.
 
Paulo Sérgio aproveitou, também, para desmistificar algumas ideias. «As pessoas estão enganadas. No final do jogo, reuni-me com a direção, analisámos o momento da equipa, e, ao contrário do que se diz, não é por estar agarrado a mais um ano de contrato que não me mandam embora. Deixei muito claro: têm total liberdade para trocar treinador se for essa a sua decisão», revelou
 
E há mais. «Jamais exigirei um euro que seja do outro ano que falta do contrato. Que fique bem claro. Às vezes, leio comentários sobre uma indeminização de não sei quantos milhões… É ridículo. As pessoas estão desfasadas da realidade da Académica.»
 
«Não ando na vida para roubar ninguém, ando a trabalhar honestamente. Ninguém está agarrado a coisa nenhuma, somos todos gente séria. Tenho 40 anos de futebol feitos com trabalho, não com truques ou magia», relembrou, deixando também bem claro que, depois de receber o voto de confiança, nada irá mudar. A equipa continuará a passar por muitas dificuldades:
 
«Foi-me transmitido pela direção que confina no trabalho desenvolvido, embora esteja desiludida com resultados, como estamos todos. Neste momento, a Académica vai até à última jornada combater com mais quatro ou cinco equipas pela manutenção. Isto não se resolve já. Vai ter de ter peito e coragem para o fazer.»