Num dos grandes jogos do futebol português, Boavista e Vitória de Guimarães empataram a uma bola, além de terem protagonizado um excelente espetáculo de futebol, inaugurando a 33.ª e penúltima jornada do campeonato.

Se os axadrezados entraram em campo com a permanência já assegurada, os vimaranenses procuravam alimentar a esperança do quinto lugar, que parece cada vez mais inatingível, já que o Gil Vicente só precisa de empatar no domingo para o carimbar.

O ambiente que se viveu no Estádio do Bessa foi aquele que se pedia: digno de um clássico. Apoio intenso dos dois lados e uma energia que se transmitia para as quatro linhas.

Ciente da responsabilidade que tinha a cargo esta noite, o V. Guimarães quis ditar os tempos de jogo e rapidamente assumiu a bola, mas sem causar mossa na pantera que, por sua vez, não conseguia arrancar para o terreno adversário.

O primeiro sinal de susto foi dado à lei da bomba por Janvier, que ameaçou com um remate de longa distância a meio da primeira parte. Ora, logo a seguir, foi a vez de entrar em cena o homem-golo dos vimaranenses. Óscar Estupiñán deu mais uma prova da excelente temporada que está a protagonizar e acrescentou um motivo à provável saída para outros palcos. O colombiano elevou-se na sequência de um pontapé de canto e conseguiu superiorizar-se mesmo no meio de dois adversários.

1-0 no clássico e o ambiente aquecia ainda mais. Petit via que o Boavista não conseguia fazer chegar a bola aos elementos mais adiantados e decidiu encostar Gorré à direita, com Yusupha a entrar para render Luís Santos. A partir de então, a pantera ainda ousou algumas conduções perigosas, mas sem questionar a desvantagem ao intervalo.

Se o ritmo era animado no primeiro tempo, o que dizer do que se passou após o descanso. Entrada eletrizante das duas equipas, com Bruno Varela a evitar a igualdade e, imediatamente a seguir, Rochinha – muito assobiado no regresso ao Bessa – perto de aumentar a vantagem.

Não havia tempo, sequer, para pestanejar os olhos, face à intensidade daquilo que se passava no relvado. Petit ordenou a Hamache que se colocasse na direita e Gorré começou a pisar os espaços que mais gosta, junto ao corredor esquerdo, ambos no apoio a Yusupha. Golpe de mestre do timoneiro axadrezado, já que os dois jogadores começaram a colecionar oportunidades. Hamache intimidava com os remates de longa distância e Gorré fazia-o através de arrancadas desconcertantes. Yusupha pecava na finalização.

Se o Boavista jogava mais pelo orgulho e pelo brio, uma vez que já tem as contas resolvidas, não se notava em campo. Aliás, o golo de Ntep avizinhava-se. Dois minutos de ser lançado, o camaronês não vacilou e colocou justiça no resultado.

A reta final do encontro também foi frenética, mas com uma atenuante: Abdul Mumin viu o segundo cartão amarelo aos 76 minutos e deixou o V. Guimarães em inferioridade numérica. Ora, a pantera atacou como pôde a baliza vitoriana e mesmo em cima do apito podia ter garantido os três pontos, mas Varela negou tal feito com a defesa da noite.

O Boavista é agora nono classificado, com 37 pontos. Já o V. Guimarães, mantém o sexto lugar, com 45 pontos, menos três do que o Gil Vicente. Os vimaranenses falharam a oportunidade de adiar as contas para a última jornada, em Guimarães, e apenas podem desejar a derrota do Gil Vicente diante do Tondela, no domingo. Caso contrário, é o adeus definitivo ao quinto lugar. Os barcelenses têm caminho aberto para a festa.