Cinco jogos depois, o Casa Pia regressou esta segunda-feira às vitórias, ao bater o Paços de Ferreira com uma reviravolta que lhe permitiu voltar a ultrapassar o Arouca e recuperar o sexto lugar da classificação. Os castores até chegaram ao intervalo em vantagem, com um grande golo de Paulo Bernardo em tempo de compensação, mas depois deitaram tudo a perder, permitindo a reviravolta dos gansos em apenas nove minutos da segunda parte. Mérito de Filipe Martins que soube adaptar a sua equipa às circunstâncias e acabou por tirar lucro máximo das apostas que fez.

Confira a FICHA DO JOGO

O Casa Pia procurou assumir, desde logo, as rédeas do jogo, com uma elevada posse de bola, sempre em circulação, mesmo para terrenos mais defensivos, numa tentativa de atrair os castores, para depois sair em transições rápidas. Uma postura bem diferente da do Paços que deu total prioridade ao controlo das zonas nevrálgicas do jogo, com a equipa bem subida, em bloco, a pressionar alto e a colocar, desde logo, muitas dificuldades ao adversário na zona de construção.

O jogo começou com um ritmo muito baixo, ao ponto dos mais desprevenidos poderem pensar que ainda estávamos em período de aquecimento. Os gansos recuperaram as asas, com Lucas Soares e Leonardo Lelo bem abertos sobre as alas, e também Godwin, sempre pronto para arrancar em transições rápidas para a área de Marafona, tal como Soma e Clayton.

Resultou melhor a estratégia de César Peixoto que anulava facilmente as investidas dos gansos e conseguia fixar o jogo mais no meio-campo da equipa da casa. Uma exibição em crescendo, mas aos 20 minutos, os castores já estavam por cima e Gaitán deu o primeiro sinal de perigo. Rui Pires levantou a bola para a área e o argentino apareceu destacado sobre a direita e cabeceou para o poste mais distante, mas a bola foi caprichosamente ao poste. Já com Ricardo Batista batido, Butzke chegou ligeiramente atrasado para a emenda.

O Casa Pia, com pouco espaço para construir, abusava cada vez mais dos pontapés longos, mas Maracás e Nuno Lima, com a preciosa ajuda de Rui Pires, desmontavam facilmente a estratégia de Filipe Martins. A verdade é que o Paços foi aperfeiçoando a forma como pressionava e ganhava cada vez mais bolas junto à área de Ricardo Batista. Foi já em tempo de compensação que Paulo Bernardo surpreendeu tudo e todos com um pontapé do meio da rua que levou a bola ao angulo, sem hipóteses para o guarda-redes dos gansos. Um grande golo do jogador cedido pelo Benfica a fechar a primeira parte da melhor forma.

Reviravolta em nove minutos

Um golo que ditou, desde logo, uma segunda parte completamente diferente. O Paços regressou com a moral em alta e com um dispositivo bem diferente, com os defesas mais fixos e a equipa mais dispersa em relação à primeira parte. O Casa Pia ainda voltou com o mesmo onze, mas por poucos minutos, uma vez que Filipe Martins acabou por abdicar de um central (Zolotic) para passar a jogar em 4x4x2 com Romário Baró a entrar para o meio-campo e Fellipe a juntar-se a Clayton na frente.

Um jogo bem mais rápido do que as tuas equipas tinham mostrado na primeira parte, muito por iniciativa dos gansos que, agora carregavam no acelerador em todas as zonas do campo, procurando chegar à frente com muita gente.  Depois de uma primeira ameaça de Clayton, o Casa Pia acabou mesmo por chegar ao empate, num lance em que contou com alguma sorte e desnorte defensivo dos castores. Godwin abriu na esquerda para Leonardo Lelo cruzar tenso, Maracás tentou cortar, mas desviou para as próprias redes. Marafona ainda chegou à bola, mas não conseguiu evitar o empate.

Bola ao centro e Soma quase fez o 2-1 em mais um lance rápido, que chegou a dar a ilusão de golo. Não foi desta, mas foi logo a seguir, numa altura em que o Paços continuava aos papéis, a procurar adaptar-se ao novo figurino do adversário. Um lance que começa num mau alívio de Zé Uilton que permitiu a Fellipe cruzar e Fernando Varela atirar para a reviravolta. Um golo muito festejado pelos gansos, que viraram o resultado em apenas nove minutos, mas ainda faltavam mais quinze minutos para o final.

Os dois treinadores voltaram a recorrer aio banco face à nova realidade, com destaque para Filipe Martins que reconstruíu o onze com as entradas de Derik Poloni, Diogo Pinto e João Nunes. O Paços fez o que lhe competia, ainda conseguiu voltar a pressionar os gansos que agora já estavam em modo defensivo.

O resultado não voltou a sofrer alterações e ditou mesmo o regresso dos gansos às vitórias. O Paços, por seu lado, com duas vitórias consecutivas, voltou a marcar passo e ainda não foi desta que ultrapassou o Santa Clara no fundo da classificação.