Nem Europa em Trás-os-Montes, nem uma boia de salvação para a torrente que arrasta o Paços para a descida de divisão.

O Desportivo de Chaves venceu esta tarde o Paços de Ferreira por 2-0 e só não luta pela Europa porque a direção assumiu na última semana que não inscreveu a equipa nas provas da UEFA por questões financeiras.

Há vidas, ainda assim, mais difíceis. Como a do Paços, que perdeu esta tarde uma das últimas oportunidades de evitar a descida à II Liga e agora só se pode salvar através do play-off.

Foi um sinal vermelho no caminho pela salvação que os «castores» viram no momento em que o árbitro João Pinheiro, rigoroso, mostrou a Paulo Bernardo o segundo cartão amarelo em dez minutos (aos 43m), por duas faltas sobre João Teixeira, e deixou a equipa mais de uma parte inteira a jogar com menos um jogador.

O pior para a formação da Capital do Movel viria depois, já no segundo tempo, com Obiora a abrir o marcador aos 52m, num cabeceamento de Obiora, e João Teixeira a sentenciar o resultado final aos 79m, numa recarga após defesa incompleta de Marafona a remate de Benny.

Entre uma coisa e outra, César Peixoto ouviu das boas dos adeptos do Paços, quando a meia-hora do fim decidiu abdicar do ponta de lança Adrián Butzke para colocar o mais móvel Zé Uílton. Errático, Peixoto voltaria a colocar uma referência na frente de ataque para o quarto de hora final, quando lançou Guedes em desespero de causa.

Podia ter sido diferente este jogo. O Paços começou com duas oportunidades claras de golo nos primeiros minutos. Gaitán pegou na batuta e comandou a equipa enquanto teve pernas, mas a expulsão de Paulo Bernardo, médio cedido pelo Benfica, e a eficácia da equipa de Vítor Campelos acabaram por condicionar ainda mais as aspirações da formação pacense, que perdeu a oportunidade de alcançar o 15.º lugar, onde está o Estoril, que garantia a manutenção de forma direta.

Mesmo para o play-off as contas estão complicadas. O Marítimo, que esta noite joga em Alvalade com o Sporting, tem menos um jogo, mais três pontos e vantagem no confronto direto.

Basta aos madeirenses vencerem um dos três jogos que ainda têm por disputar, para se tornarem inalcançáveis pelos pacenses, que com a derrota desta tarde ficam praticamente condenados.