Incrível a metamorfose deste Paços de Ferreira que este sábado terá realizado a melhor exibição da temporada, com o escocês Jordan Holsgrove em tarde inspirada, e venceu o Estoril, em pleno António Coimbra da Mota, por 3-1. Com a terceira vitória na Liga, os renovados castores chegam, finalmente, aos dois dígitos em termos pontuais e deixam os canarinhos numa situação ainda mais delicada.

O jogo começou com o Estoril a procurar assumir as rédeas do jogo, com mais posse de bola, alargando o jogo para as alas e ameaçando, desde logo, as redes de Marafona, com destaque para uma oportunidade logo aos três minutos: Francisco Geraldes, com um grande passe, abriu o jogo para a direita onde surgiu Tiago Gouveia a cruzar de primeira para o primeiro poste onde entrava Cassiano, mas o guarda-redes do Paços chegou primeiro.

Os castores entraram algo contidos no jogo, mas foram-se soltando, à medida que foram ganhando confiança, com destaque para duas oportunidades em lances de bola parada. A verdade é que o Estoril parecia estar a andar para trás, ou melhor, estava cada vez mais longe da baliza de Marafona, com o Paços a subir visivelmente no terreno e a obrigar os canários a recuar a toda a largura.

E foi na sequência de mais um canto, aos 17 minutos, que o Paços se adiantou no marcador. Holsgrove, sempre muito em jogo, cruzou da direita, o Estoril ainda afastou, mas o escocês insistiu e colocou a bola no segundo poste onde surgiu Adrian Butzke a finalizar. Estava aberto marcador.

Bola ao centro, novo canto para o Paços e novo golo, desta vez marcado por Juan Delgado, mas Thomas, que tinha marcado o canto e que fez a assistência depois de recuperar a bola, estava adiantado por quase meio metro e o golo acabou por anulado com indicação do VAR. A verdade é que o Paços, por esta altura, estava claramente por cima do jogo e, quatro minutos depois, voltou a marcar, desta vez a contar e de forma surpreendente. A bola veio da direita para a esquerda, passou por Holsgroves e chegou a Thomas que levantou a cabeça e disparou uma bomba, fazendo a bola entrar, que nem um foguete, junto ao primeiro poste [um golo claramente candidato a melhor da jornada].

Um segundo golo que obrigou o Estoril a cerrar os dentes e a reagir em força, mas a equipa de Nélson Veríssimo só esteve perto de marcar já perto do intervalo, com uma bomba de Tiago Santos que obrigou Marafona à defesa da tarde. Uma defesa incompleta, para a frente, com Cassiano ali perto, mas Juan Delgado acabou por afastar o perigo.

Estoril ainda acreditou…

O Estoril entrou com tudo para a segunda parte, num jogo totalmente aberto, com a equipa da casa a carregar com tudo e o Paços a responder com transições rápidas. Um ritmo de tirar o fôlego até ao golo do Estoril, logo aos 50 minutos. Tiago Gouveia trabalhou bem sobre a direita e cruzou para o coração da área onde surgiu Francisco Geraldes a remata de primeira. Um golo mito festejado pela equipa da casa que, desta forma, voltava a entrar no jogo.

O jogo seguiu tenso com oportunidades nas duas balizas e dava a ideia que podia cair para qualquer um dos lados, mas sempre com um Paços mais bem organizado em termos defensivos e um Estoril já mais descompensado, a arriscar tudo para chegar ao empate. No entanto, entre as primeiras movimentações a partir do banco, foi o Paços que voltou a marcar, quinze minutos depois do Estoril ter reduzido. Holsgrove, que já tinha estado nos dois primeiros golos, apareceu solto à entrada da área, rematou algo enrolado, mas a bola sofreu um desvio e traiu Dani Figueira.

Balde de água fria na Amoreira. O Paços recuperava, assim, a vantagem de dois golos e, com grande maturidade, geriu depois o ritmo de jogo, diante de um Estoril que, apesar de nunca ter baixado os braços, já não teve discernimento para lutar por outro resultado.

O Paços somou, assim, a terceira vitória da temporada, na Liga, e, apesar de continuar afundado na última posição, chegou aos 12 pontos, ficando agora a apenas um do Marítimo e a três do Santa Clara. O Estoril, por seu lado, volta a cair na classificação e Nélson Veríssimo fica numa posição ainda mais delicada.