Num duelo minhoto entre vizinhos, separados apenas por três pontos, Vizela e Famalicão anularam-se mutuamente, não conseguindo atirar para trás das costas a má fase que atravessam. Tal como o jogo, uma nulidade, o marcador também não mexeu, terminando com um empate sem golos.

Quinto jogo consecutivo sem vencer dos dois conjuntos, que depois do sonho de quase tocarem os lugares europeus, vivem um pequeno pesadelo sem conseguir reencontrar as vitórias. A prestação desta tarde em muito explica a quebra pontual, uma vez que quer Vizela quer Famalicão pareciam estar em pré-temporada.

O embate foi pouco acutilante, pouco intenso e demasiado lento. Neste cenário, terá menos sabor para os famalicenses, que apesar de acabarem reduzidos a dez elementos – devido à expulsão de Sanca a um quarto de hora do final – enviaram duas bolas aos ferros, uma em cada uma das partes.

Um longo bocejo…

A realidade é que, mesmo querendo por um travão numa fase negativa e tendo ainda possibilidade matemáticas de chegar aos lugares europeus, Vizela e Famalicão mediram forças já em aparente descompressão, jogando a um ritmo baixo e sem grandes momentos de destaque junto das áreas.

Uma bola enviada ao ferro por parte do Famalicão ainda na primeira parte, na sequência de um pontapé de canto, foi o único lance capaz de interromper, de forma ténue, um longo bocejo que caracterizou o duelo minhoto entre dois conjuntos, que demonstraram estratégias de jogo claramente distintas.

O Famalicão tentou jogar de forma apoiada, com bom posicionamento. Faltou velocidade de movimentos para materializar essa intenção. O conjunto de João Pedro Sousa era facilmente desarmado. Do lado vizelense a explosão de Osmajic era a única arma, com o conjunto de Tulipa a tentar romper com bolas nas costas da defesa adversária.

… Apenas interrompido pelo apito final

O intervalo poderia funcionar como uma espécie de conselheiro para que os técnicos conseguissem, de alguma forma, mexer com o jogo. Não teve esse condão e a realidade é que o bocejo se prolongou em Vizela, para mal dos pecados dos 2717 espectadores que estiveram nas bancadas.

Uma vez mais o protagonismo esteve do lado do Famalicão. O Vizela até cresceu ligeiramente, conseguiu mais lances de finalização, mas foram os famalicenses a criar o lance de maior perigo, enviando novamente a bola ao ferro. Sanca – substituiu o lesionado Cádiz ainda na primeira parte – cruzou na direita para Pablo desviar para o poste.

Uma série de remates, quase sempre muito denunciados, foram presa fácil para Luíz Júnior na baliza do Famalicão, pelo que o nulo acaba por ser uma consequência natural do que se assistiu à flor do relvado. O bocejo terminou com o apito final de António Nobre, numa espécie de dispensa para as duas equipas. Antes disso Zohi quase deu os três pontos ao Vizela com um cabeceamento à queima-roupa.