Teste máximo para o FC Porto no Dragão. Sem Sérgio Conceição, Pepe e agora Otávio, os portistas apresentavam-se na segunda jornada da Liga sem muita da sua identidade e liderança.

Sentiu-se falta desses pergaminhos, mas já na reta final dos descontos Iván Marcano – o capitão – ganhou nas alturas, redimiu-se e apontou o golo que garantiu o triunfo do FC Porto na receção ao Farense (2-1).

FILME DO JOGO

Apesar da ausência da principal extensão da ideia do treinador no campo, o FC Porto entrou no Dragão bem à sua imagem. Bloco subido, pressão alta e trocas de bola rápidas. Os portistas empurraram o Farense para o seu último terço e o golo de Toni Martínez, ainda antes do fecho do primeiro quarto de hora, surgiu com naturalidade.

Na sequência de um roubo de bola, Galeno ficou em boa posição na área, mas viu que o espanhol estava ainda mais bem colocado e serviu-o para o 1-0.

(Pausa para minuto 25: Dragão levanta-se, tarjas são exibidas, batem-se palmas e entoa-se o nome do «baixinho» que já parece deixar saudades na Invicta)

A meio do primeiro tempo, os dragões permitiram que os algarvios subissem linhas e ameaçassem num par de contra-ataques, mas rapidamente voltaram a assentar e poderiam ter elevado a vantagem, porém, foram os algarvios que mexeram com o marcador.

Iván Marcano – a completar o jogo 250 de dragão ao peito – errou na saída de bola, foi autenticamente ludibriado por Rui Costa e o avançado forasteiro rematou para golo, tendo ainda beneficiado de um desvio em Fábio Cardoso.

A segunda parte do FC Porto foi mais coração do que cabeça. Os portistas somaram várias ocasiões, mas Ricardo Velho (num final de tarde inspirado), o ferro da baliza e algumas más decisões fizeram com que o golo tardasse tanto.

Já com as baterias quase esgotadas, o Farense tentou levar um ponto para o sul do país e até poderia ter conseguido mais do que isso, não fossem as inúmeras más decisões nos contra-ataques que somou, devido à completa desorganização do FC Porto, totalmente focado em ir atrás do 2-1.

Foi da cabeça de Iván Marcano que apareceu o momento que libertou a tensão no Dragão. Gonçalo Borges tirou um cruzamento da direita, o capitão portista apareceu na área e desviou para garantir o segundo triunfo consecutivo dos dragões na Liga em 2023/24, mais uma vez com muito suor à mistura.

O Farense ainda vislumbrou uma reação nos parcos minutos que sobraram e Diogo Costa salvou os três pontos.

O FC Porto continua a apresentar muitas fragilidades neste arranque de época (algo comum aos rivais diretos, diga-se), mas soma seis pontos ao fim de duas jornadas. Já os algarvios, que subiram à principal montra do futebol português, deram uma resposta positiva e ficam a dever a si mesmos outro resultado.