Desde que chegou ao FC Porto, estabilidade é coisa que tem faltado a José Peseiro. Por lesões ou castigos, o treinador tem sido obrigado a mexer constantemente no onze e até a adaptar jogadores a outras posições, o que se reflete, sobretudo na defesa. Na antevisão da visita ao V. Setúbal para a 27ª jornada da Liga, o treinador admite que esta «constante rotação quase obrigatória e recorrente» tem afetado os níveis de confiança da equipa, sobretudo quando aliado à pressão de não poder perder pontos.

«Sentimos que não podemos falhar. Estamos sem margem de erro. Isso pode criar algum clima de menor tranquilidade, que em termos de resultados temos conseguido de alguma forma dar a volta. Os jogadores têm dado essa resposta, mesmo com calafrios durante o jogo», analisou o treinador.

«Temos de melhorar os níveis de confiança, reduzir os erros ao mínimo para cimentarmos a nossa ideia», prosseguiu, para deixar uma convicção: «A equipa vai melhorar, vai ser melhor. Já fez coisas muito boas».

«As coisas boas muitas vezes são esquecidas. Muitas vezes realça-se mais as coisas menos positivas. Sabemos que fizemos mais coisas positivas», frisou, elogiando a forma como «vários jogadores já contribuíram em várias posições». «Têm-no feito de forma tremenda, sabendo, muitas vezes que a prestação individual possa não ser a melhor porque não estão habituados àquela posição».

E como se recupera essa confiança? «A confiança não tem a ver só com discurso, tem a ver com trabalho quotidiano, daquilo que temos vindo a fazer, cimentar os automatismos que nos identificam, que nos ligam e, jogando melhor, com certeza que nos darão mais vitórias».

Mais uma vez José Peseiro tem baixas importantes na equipa. André André, Evandro e Marcano estão a contas com lesões. «São necessários todos os jogadores, quantos mais tivermos, melhor mas isso é para esquecer. Aquilo que nos preocupa é que os jogadores que vão estar presentes estejam no melhor momento físico, emocional, de ambição, de motivação, de responsabilidade, de exigência», frisou.