Não houve nota artística - longe disso - e no aproveitamento de erros alheios construiu-se o empate. O Paços de Ferreira ganhou vantagem numa grande penalidade originada por derrube escusado de Cláudio Falcão a Hélder Ferreira, que Tanque aproveitou, e o Farense empatou na sequência de uma hesitação de Marcelo e Fernando Fonseca, com finalização de Ryan Gauld.
Com esquemas idênticos - 4x3x3 - o Farense efetuou três alterações em relação à derrota (1-0), frente ao Sporting. Sérgio Vieira já sabia que não poderia contar com o guarda-redes Defendi, expulso em Alvalade, e Hugo Marques surgiu com naturalidade na baliza algarvia. Na defesa, o treinador do Farense desviou Amine para o meio-campo e colocou Alex Pinto, já recuperado de lesão. Eduardo Mancha, que também reapareceu após lesão, também foi titular, em vez de Bura, mas só durou 24 minutos, devido a problemas físicos na perna esquerda, sendo rendido pelo guineense. No ataque, Hugo Seco também foi baixa devido a castigo e Mansilla foi titular. No Paços de Ferreira, Pepa apostou no mesmo onze que empatou (1-1) com o Boavista, na última jornada.
Os nortenhos dominaram a primeiraparte, embora sem terem muitas oportunidades para se colocarem em vantagem. Explorando bem os flancos e com transições rápidas colocavam em sentido o último reduto algarvio, que foi competente na forma como anulou as investidas da equipa pacense. Os parcos momentos em que o perigo rondou a baliza de Hugo Marques só aconteceram perto da meia-hora, num remate de Marcelo intercetado por Cláudio Falcão e num canto ensaiado finalizado por Eustáquio, com tiro à figura do internacional angolano, naquela que foi a única defesa dos guarda-redes até ao intervalo. Pouco depois, Luther Singh surgiu solto na esquerda, mas o remate saiu por cima.
O decorrer dos minutos foi libertando o Farense, que respondeu, mas também sem acertar na baliza. E, real perigo, apenas nos descontos, quando Cláudio Falcão antecipou-se a Jordi e desviou de cabeça um livre de Amine, com a bola a passar perto dos ferros da baliza.
Após o descanso, a qualidade, que nunca foi alta, manteve-se e rarearam as oportunidades de golo. Adivinhava-se que só em algum erro ou num lance de bola parada tal poderia acontecer e assim foi: Falcão foi displicente e num lance sem perigo rasteirou Hélder Ferreira na sua área. Douglas Tanque não vacilou no momento de bater o penálti, colocando os castores em vantagem.
O Farense reagiu depois, usando muitas vezes o futebol direto, e numa desconcentração defensiva coletiva dos pacenses chegou ao empate. Hugo Marques bateu o pontapé de baliza e a bola chegou à área adversária, com Marcelo e Fernando Fonseca a hesitarem e Madi Queta, entrado segundos antes, a acreditar e a servir de calcanhar Ryan Gauld, que atirou com convicção para o empate.
Até final o jogo partiu-se, mas os guarda-redes nunca viveram intranquilos dada a inoperância das duas equipas em complicar-lhes a vida. A exceção aconteceu a cinco minutos do final, quando Jordi não desfez um canto e nas costas Cláudio Falcão cabeceou ao lado.
O empate acaba por espelhar o equilíbrio e a fraca qualidade do espetáculo.