O Portimonense ainda não deu um pontapé na crise recente de resultados, mas já se aproximou do trilho traçado no início da temporada, depois do empate deste domingo, a uma bola, com o Estoril. Os algarvios começaram por cima, ainda permitiram o golo dos canarinhos no seu melhor momento, mas aproveitaram um dos dois penáltis na reta final e mantiveram-se colados aos lisboetas na tabela, agora com 16 pontos.

FILME E FICHA DO JOGO

As duas equipas apresentaram-se debaixo do sol radiante de Portimão com os mesmos 15 pontos, mas em momentos bastante distintos. Os homens de Paulo Sérgio vinham de três derrotas consecutivas (mais uma para a Taça de Portugal), enquanto o Estoril só tinha perdido um dos últimos seis encontros, precisamente na última jornada, mas diante de uma equipa teoricamente superior, o Sporting de Braga.

O Portimonense entrou muito forte na partida. A equipa do sul do país somou várias ocasiões de golo, sobretudo a partir de bolas paradas, onde conseguia impor a sua robustez física.

Contudo, do lado opositor estava um verdadeiro muro. Dani Figueira esteve imperial entre os postes canarinhos e foi capaz de controlar o ímpeto inicial dos algarvios. O guardião somou várias intervenções dignas de destaque e até teve de repreender os companheiros, que pareciam um pouco apáticos.

Essa apatia foi, de facto, apenas ilusão. O Portimonense mandava na partida, mas foi o Estoril a chegar ao golo – e que golo. Os intervenientes da jogada, de resto, confirmaram que esta equipa da Linha é recheada de qualidade individual e acima da média do ponto de vista técnico.

Léa Siliki descobriu Rodrigo Martins na esquerda, o extremo, cortou para o meio e, com um toque delicioso de calcanhar abriu espaço para Joãozinho, que tirou o cruzamento para a finalização do lutador Erison Danilo (22m).

Em vantagem, os estorilistas estiveram mais seguros com bola e controlaram os ritmos do jogo, pelo que o Portimonense não conseguiu voltar a criar perigo antes do intervalo.

Na segunda parte, o jogo corria de feição ao Estoril, que demonstrava maturidade. Até que Dani Figueira cometeu o primeiro e único erro, que foi fatal.

Por volta dos 20 minutos do segundo tempo, o guarda-redes estorilista saiu de forma intempestiva num pontapé de canto e atingiu Filipe Relvas com o punho. Se o lance passou despercebido ao árbitro Gustavo Correia, não passou ao crivo do VAR. Após revisão das imagens, não havia outra solução a não ser assinalar penálti e mostrar o segundo cartão amarelo (já tinha visto um por protestos), seguido de expulsão, ao guarda-redes.

Pedro Silva nem teve tempo para aquecer e saltou do banco diretamente para a baliza. No frente a frente com Bryan Róchez, o guarda-redes do Estoril levou a melhor, com um voo para o lado esquerdo.

Os astros alinhavam-se para que esta fosse a tarde dos guardiões canarinhos, mas havia um homem que tinha intenções de estragar os planos.

Wellinton Júnior foi dos mais esclarecidos ao longo de todo o jogo e somou boas finalizações, uma delas tendo esbarrado mesmo na trave. Num lance de disputa aérea, o brasileiro foi atingido no rosto por Mexer e assumiu a responsabilidade da marca dos 11 metros. Ao contrário de Róchez, não vacilou (88m).

Até ao final, o Portimonense ainda tentou forçar a vitória, mas o desgaste físico já era visível e, depois de um ciclo negativo, mais vale um ponto na mão do que três a fugir. Este, de resto, foi o primeiro empate na Liga 2022/23 para os algarvios. Por seu turno, Nelson Veríssimo mexeu as peças que podia para manter a organização da equipa e fechar o caminho do golo aos algarvios – missão concluída com sucesso.