O Santa Clara goleou o Nacional por 5-1. Uma vitória esmagadora num jogo onde os açorianos foram muito superiores aos madeirenses.

Este dérbi insular era importante para ambas as equipas, mas por diferentes motivos. O Nacional, lanterna vermelha, procurava pontos para se salvar da despromoção. O Santa Clara, por seu turno, mais tranquilo na classificação, queria vencer para chegar aos 35 pontos, um dos objetivos dos açorianos, por aquela marca significar, tradicionalmente, a manutenção na primeira liga.

E o jogo começou de feição para a equipa da casa, que entrou determinada a não facilitar. Aos três minutos chegou o primeiro aviso. Carlos Júnior, após um excelente trabalho dentro da área, rematou para uma enorme defesa de António Filipe, o guardião recém-contratado.

FICHA DE JOGO E AO MINUTO NOS AÇORES

Era o aviso para o que viria a seguir porque, no minuto seguinte, chegaria o golo dos açorianos. Um golo feito pela dupla de centrais. Bola na área, assistência de Fábio Cardoso para Villanueva cabecear para o fundo das redes madeirenses. Estava feito o 1-0.

Os efeitos de um golo tão cedo fizeram-se sentir nas equipas. O Nacional, que para este jogo promoveu várias mudanças (depois de na última ronda ter sido goleado pelo Portimonense por 5-1), viu a sua estratégia desabar. A equipa de Manuel Machado não mostrava consistência para assumir o controlo da posse de bola, apesar de procurar imprimir intensidade ao encontro - intensidade que não tinha consequência. Com uma linha de cinco no eixo defensivo, o Nacional não conseguia sair a jogar, nem tinha critério para chegar à baliza contrária.

O Santa Clara, por seu turno, procurava gerir a vantagem, controlando a bola umas vezes, tapando os espaços noutros. Os açorianos foram dominando o encontro, fazendo a bola percorrer por todo o campo. A equipa de Daniel Ramos respirava confiança e estava confortável no encontro, por oposição à intranquilidade da equipa do Nacional.

Esta tónica do jogo tornou-se cada vez mais notória com o passar do primeiro tempo. O Santa Clara, instalado no meio-campo contrário, controlava a partida e até podia ter chegado ao segundo à passagem da meia hora de jogo: um enorme passe longo de Allano e Carlos Júnior, mais rápido que a defesa contrária, cabeceou ao lado.

Cinco minutos depois, chegaria o segundo golo dos açorianos. Bola na área, Anderson Carvalho remata na ressaca, António Filipe ainda defende a primeira tentativa, mas na recarga Rui Costa não facilitou e fuzilou as redes contrárias. Naturalmente, o Santa Clara ampliava a vantagem: uma consequência da inteligência com que a equipa de Daniel Ramos geriu o primeiro tempo.

Para contrariar a tendência do jogo, Manuel Machado lançou Ruben Micael e Matias para o segundo tempo, mas de pouco serviu. O Santa Clara entrou no segundo tempo disposto a não facilitar. Aos 47 minutos, excelente abertura de Anderson Carvalho, Rui Costa dentro da área, contornou o guardião contrário e empurrou para o fundo das redes. Bis de Rui Costa – que bela contratação de inverno dos açorianos.

Mas, apesar da exibição segura dos açorianos, a verdade é que o Nacional também demonstrou que está a passar por uma fase muito difícil. Aos 54 minutos, após consultar o VAR, o árbitro do encontro marcou grande penalidade a favor do Nacional, num lance aparentemente inofensivo. No momento decisivo, Rochez atirou para a defesa de Marco. Tudo corria mal o Nacional.

Nos minutos seguintes, o Nacional procurou ser mais pragmático e conseguiu, pelo menos, levar perigo à baliza de Marco através de remates de fora da área, sem, contudo, criar verdadeiras oportunidades de golo. A atitude mais decidida da equipa do Nacional iria ser recompensada. Aos 66 minutos, após um canto, o capitão Rui Correia aparecer no primeiro poste a cabecear para o fundo das redes açorianas.

O Nacional foi crescendo no encontro, apesar de continuar a ter falta de critério no momento atacante. O Santa Clara perdeu alguma da organização demonstrada no primeiro tempo, mas nunca perdeu os olhos da baliza contrária.

Numa altura em que jogo estava mais repartido, os açorianos iriam marcar diferença pela eficácia. Aos 78 minutos de jogo, assistência em balão de Costinha, e Carlos Júnior, na cara do golo, não desperdiçou e fez o 4-1. O Nacional, no minuto seguinte, até iria voltar a reduzir a vantagem açoriana por intermédio de Riascos, mas depois de consultar o VAR, o árbitro Gustavo Correia anulou o golo.

Nos últimos minutos do jogo, o Santa Clara voltou a assumir a superioridade no encontro. Aos 84, Pedrão, quase fazia um autogolo com a bola a embater no ferro; aos 88 minutos foi António Filipe a negar mais um golo a Carlos Júnior.

Os açorianos iriam mesmo chegar ao quinto golo, através de uma grande penalidade, aos 95 minutos, cobrada por Ukra. Um lance que encerrou em beleza a goleada dos açorianos. Uma vitória segura que permite ao Santa Clara colar-se ao Vitória de Guimarães no sexto lugar do campeonato.

VÍDEO: o resumo da goleada açoriana